Na CPI da Manipulação de Jogos, empresário revela esquema com árbitros: “Pagava R$50 mil”

Em reunião na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, realizada na última terça-feira (8), no Senado, William Rogatto revelou envolvimento de árbitros em esquemas de apostas esportivas. O empresário é apontado como chefe de esquema de manipulação do Candangão, campeonato do Distrito Federal, e contou que pagava R$50 mil por jogo a árbitros que aceitavam se envolver no esquema.

Apelidado como “Rei do rebaixamento“, ele confessou que causou a queda de divisão de 42 clubes brasileiros e um deles foi o Santa Maria-DF. Rogatto afirmou que ganhou nada menos que R$300 milhões com a manipulação dos resultados esportivos. Tratando-se de arbitragem, ele contou que árbitros ganham em torno de R$7 mil por partida e ele pagava R$50 mil.

“(Tinha) árbitros também. Um árbitro, hoje, ganha em torno de R$7 mil por jogo. Eu pagava R$50 mil para ele. (…) “, contou Rogatto. (…) O gatilho do futebol está na máfia. Qual é a máfia? Da federação, da CBF. Os caras não repassam para os clubes e eles dependem dos clubes, mas, como não tem esse repasse… Você acha que um árbitro hoje, com a responsabilidade que tem, ganhar R$6 mil? Aí é claro que vou chegar nele e falar ‘marca um pênalti e dá um cartão pra fulano de tal e eu vou te dar R$50 mil’. Ele vai olhar pra um lado e pro outro e dizer ‘põe o dinheiro no meu bolso’.”

“SISTEMA NÃO FAZ NADA”, DIZ À CPI DA MANIPULAÇÃO DE JOGOS

“Desculpa, mas é tão simples, a matemática é tão perfeita que não ver quem não quer. É tão escancarado o que está acontecendo hoje… Como o sistema nunca faz nada, deixa rolar, é dinheiro”, finalizou William Pereira Rogatto.