Ao longo do último mês, após a subida do Ceará para a Série A do Brasileirão, tenho notado nas redes sociais uma infinidade de críticas às poucas contratações feitas pelo departamento de futebol. Acho esse tipo de manifestação, pelo menos neste momento, tanto improdutiva quanto desestimuladora. Ora, já falei aqui anteriormente sobre o tipo de deseducação pública que sofre não apenas a torcida do Ceará, mas também todas as outras do Estado, na medida em que se não contratar um jogador famoso, mesmo que não esteja mais em seu auge físico e técnico, a contratação é tratada pela imprensa como “refugo”.
Esse tipo de comportamento da imprensa e da torcida não cabe mais no futebol atual de alto rendimento, principalmente, no caso do Vozão que, por ter um orçamento muito mais baixo que os times que já estão na Série A, necessita ter um departamento de análise de desempenho impecável e um departamento de futebol que saiba reconhecer jogadores que possam não somente encaixar no time, mas antes que tenham nível técnico elevado para o tipo de competição que o clube vai disputar. E o nível desses jogadores só poderá ser, de fato, mensurado após alguns meses de jogos da equipe, de maneira a termos um sistema de jogo organizado que potencialize esses atletas. Por isso, morrer de véspera, como atualmente estão fazendo a imprensa folclórica e a torcida, é inócuo.
TORCIDA DO CEARÁ DEVE COBRAR, SIM
Entretanto, isto não significa que a torcida não deva cobrar veementemente a diretoria, uma vez que temos memórias dolorosas da administração de futebol do Ceará quando esteve na Série A. Se neste período o nosso grande problema era a centralização praticada pelo antigo presidente, chegando ao cúmulo de, mesmo sem entender sobre os processos do time dentro de campo, termos cinco treinadores no ano de 2022, o nosso atual problema é entrar na Série A com um dos orçamentos mais baixos. É muito difícil ter um time competitivo com este orçamento, mas não impossível. Pelo menos, o atual presidente teve a humildade suficiente para recuar e colocar uma equipe profissional que gerencia os processos de campo e, talvez, aqui possamos ter o acerto fundamental de sua atual gestão.
Apesar deste acerto, a diretoria executiva terá de se mostrar muito criativa para a captação de novas receitas, a fim de competir bem na Série A, uma vez que os relatos difundidos pela imprensa é que o mercado de jogadores de futebol está inflacionado. Este deve ser, a meu ver, o grande centro de cobranças da torcida para com a diretoria. Inovar neste quesito pode fazer com que o Ceará finalmente possa se destacar como uma equipe competitiva e capaz de brigar por títulos a nível nacional e se classificar e ir bem nas copas continentais.
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