Num futebol brasileiro cada vez mais desafiador para aqueles que ficam à beira do gramado, a estabilidade e longevidade dos treinadores em seus respectivos clubes tem encurtado bastante. A pressão das redes sociais, a falta de padrão, azar ou a perda de um clássico… São vários os motivos que levam um clube a demitir seu treinador. De 2022 para cá, o Ceará tem vivido e flertado com esse dilema. Contrata um treinador mediano, sem muitos trabalhos de destaque e logo em seguida demite. Foi assim com vários até a chegada de Vagner Mancini e, posteriormente, Léo Condé, atual treinador do Vozão.

Mancini, na minha opinião, é um treinador competente e que fez um bom trabalho até onde – o elenco que o Ceará tinha a época – permitiu. Porém, em 2024 ele ficou devendo e foi demitido de forma justa, já que, apesar do time ter conquistado um título do Campeonato Cearense sob seu comando, não engrenava na Série B mesmo tendo um plantel com boas soluções. O treinador teve tempo para analisar e encontrar alternativas, melhores opções para o jogo do time fluir e o desempenho ser condizente com a qualidade do elenco.
Tendo isso em mente, o Vozão fez muito bem ao contratar Léo Condé, que em seu currículo tinham vários acessos, além de ter sido campeão da Série B 2023 pelo Vitória-BA, mesmo um elenco muito limitado. Sob o comando de Léo Condé, o Vozão finalmente alçou voos maiores e mudou de patamar dentro da Série B e com aproveitamento de campeão. O treinador levou o Ceará de volta à Série A do Brasileirão e com méritos. Um time versátil que se propunha a “encurralar” qualquer time que pisasse na Arena Vozão e que foi letal fora de casa, principalmente no segundo turno.

Um ataque criativo, insinuante e que quase não perdia as chances que criava, sendo o melhor dentre todos os times da Série B e, mesmo comparando com times das séries A e C, ainda se mantinha próximo do topo. A defesa, até então ponto fraco do time, virou um “muro” gigantesco com a troca dos experientes Ramon Menezes e Matheus Felipe pelos jovens David Ricardo e João Pedro Tchoca, hoje titular do Corinthians.
A coragem de mudar e a habilidade de preparar bem os jogos, além da força que Condé encontrou na Arena Castelão, fazem dele um treinador especial e que deve ser celebrado e valorizado pelo torcedor. É óbvio que todo profissional tem erros, acertos e escolhas questionáveis. Mas, o que não é questionável em nossas vidas, não é mesmo?

GRANDE DESAFIO DE LÉO CONDE
O desafio esse ano é infinitamente maior, assim como a pressão. Mas, até aqui, o Ceará de Léo Condé está entre os times com maior aproveitamento da temporada, além de ter vencido um intenso Clássico-Rei e complicado diante do Fortaleza, maior rival, fato que pavimenta e alimenta mais ainda a confiança do torcedor no time e no seu treinador.
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