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Procurado pelo Ceará, Vanderlei Luxemburgo fala sobre seu futuro; Leia nota na íntegra

Foto: Marcello Zambrana / Light Press / Cruzeiro

Supercampeão, Vanderlei Luxemburgo ganhou títulos por onde passou. Recentemente, o ex-treinador do Palmeiras, Vasco, Cruzeiro e Real Madrid/ESP foi procurado pela diretoria do Ceará para ser o novo técnico do Vovô. No entanto, o foco de “Luxa” no momento é outro. Recentemente envolvido em polêmica com seu partido político em Tocantins, o ex-treinador de futebol comentou sobre a situação que ocorreu e disse ter sido “traído”.

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Campeão Brasileiro, Paulista e Libertadores, treinador com passagem pela Seleção Brasileira e também pelo gigante europeu Real Madrid, da Espanha, além de vários clubes brasileiros, Vanderlei Luxemburgo tem um vasto currículo no comando de grandes equipes. No entanto, seu pensamento agora está bem longe das quatro linhas. Procurado pelo Vovô para assumir o cargo deixado por Marquinhos Santos no último dia 14, Luxa negou o convite. Em publicação nas redes sociais, o carioca falou sobre seu sentimento ao ter tido sua candidatura para Senador de Tocantins retirada pelo presidente do Partido Social Brasil (PSB) de Tocantins, disse que vai seguir trabalhando pelo bem do Estado.

“Caros amigos e amigas, a maioria de vocês me conhece pela minha atuação como técnico de futebol, mas me permitam hoje contar um pouco da minha relação com esse Estado que eu tanto amo”, começou a nota. “Há 18 anos vim ao Tocantins pela primeira vez. O encanto pelo seu povo e pela sua cultura foi imediato. Decidi investir e morar aqui com minha família e, de alguma forma, contribuir com meu conhecimento a esta terra tão rica e cheia de oportunidades. Com a decisão em morar em Palmas, construí uma relação com a cidade e decidi contribuir de uma nova forma – através da política. Uma das minhas grandes vontades é colaborar para tornar o Tocantins um ambiente propício ao empreendedorismo e um Estado que valoriza a sua juventude, fortalecendo os jovens através do esporte e educação. Recebi o convite para me filiar ao PSB e com a autorreforma do partido enxerguei um grupo que se preocupa com as mesmas questões que eu e foi capaz de olhar para si e fazer as mudanças necessárias. Quando ingressei no partido, ouvi que podia ‘ser candidato ao que quisesse’, mas encontramos de forma coletiva o Senado como a alternativa e como eu poderia contribuir com o partido e com o Estado”.

Vanderlei seguiu o texto, contando como sua candidatura foi descartada, apesar de ter dito não saber em que momento iniciou-se a “trama” contra ele, e que seu sentimento é de quem foi apedrejado pelas costas.

“Vale reforçar que a candidatura ao Senado teve aval da presidência estadual, através de Carlos Amastha, e da nacional do partido, através de Carlos Siqueira, e, com isso, passei a caminhar pelo Tocantins. Construí alianças e desenhei um projeto pautado pela renovação e inovação e fui muito bem recebido por onde passei. Nesses seis meses de caminhada, em nenhum momento fui convidado pelo PSB Tocantins para discutir qualquer mudança nas chapas majoritária ou proporcional. Eu confesso a vocês que não sei em que momento a minha candidatura ao Senado começou a ser descartada. Estive em Brasília diversas vezes, com os presidentes nacional e estadual e tudo parecia certo para este projeto que se tornou uma alternativa para renovação da política tocantinense. Quando a mudança começou a ser cogitada, não houve diálogo, houve pressão. Durantes as últimas semanas fui instigado a declinar da candidatura, abrir mão do fundo eleitoral. Não fui convidado a participar dos diálogos e fui isolado pela presidência. Como complemento à postura ditadorial, vimos a mudança de delegados nas últimas horas e impedimento do uso da fala para defender a candidatura na convenção, num processo totalmente antidemocrático”, contou.

Afastado pelos antes colegas de partido, Luxemburgo voltou a chamar a ação de “ditatorial” e disse ter levado uma “rasteira” daqueles que, antes, o tinham convidado para se candidatar àquele posto. Ele também criticou Carlos Amastha, presidente do PSB do Tocantins, afirmando que sua ação manchava a história do partido.

“Deixo bem claro a todos que não tenho apego ao cargo de senador. Não haveria nenhum problema ser candidato a outra vaga, como Deputado Federal, por exemplo, caso houvesse uma construção coletiva para tal. A política se faz em conjunto e as atitudes do presidente do PSB Tocantins mancham a história do Partido Social Brasileiro com uma postura ditatorial e rasteira. Num primeiro momento, ao ser apunhalado pelas costas, ameacei processar o partido. Vocês sabem como é ter um sonho roubado das mãos? Mas, a essa altura, não vou atropelar a candidatura de companheiros com quem firmei compromissos e que já têm trabalho desenvolvido. Eu desejo aos companheiros do PSB o melhor: que mantenham os ideais de trabalhar pelo povo de Tocantins. Por fim, informo que não irei concorrer a qualquer cargo nessas eleições. Para mim é impensável permanecer aliançado com traidores. Continuarei investindo no Tocantins e trabalhando por esse Estado que escolhi para viver. Saio desse processo com a certeza de que construí aliados, amigos e, acima de tudo, um projeto que entrou pra história”, finalizou.

Aos 70 anos e com foco na política, mesmo afirmando que não vá se envolver nessas eleições, Vanderlei Luxemburgo não deve ter breve retorno ao mundo do futebol como treinador. Para o comando do Vovô, Lucho González deve ser anunciado ainda nesta terça (23).