O presidente do Ceará, João Paulo, recentemente expressou sua opinião sobre a possibilidade do clube aderir ao modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Durante uma entrevista ao programa Bate-Pronto, transmitido na rádio Jovem Pan News Fortaleza 92.9 FM, ele falou sobre a importância dessa mudança em um mercado futebolístico atualmente líquido, no qual investidores veem o esporte sob uma nova perspectiva.
Já em outras ocasiões, João Paulo havia confirmado que o Ceará recebeu sondagens de investidores, mesmo após o time ter sido rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. Essas sondagens indicavam o interesse do mercado em apoiar financeiramente o vovô, o que tornava ainda mais relevante a discussão sobre a adesão à SAF.
Contudo, é válido lembrar que o processo de tornar-se uma Sociedade Anônima do Futebol não é algo imediato. Requer alterações no estatuto do clube, uma vez que, atualmente, o Ceará é considerado uma instituição sem fins lucrativos. Para viabilizar a entrada de um aporte financeiro significativo, a transformação em empresa via SAF se apresenta como a única opção legal.
“Na minha visão sim! Eu acho que tem que ser em breve. é um assunto que o mercado hoje tá muito liquido e os investidores estão vendo o futebol realmente com uma outra visão. […] Então, eu acho que o Ceará sim tem que conversar e começar a andar com as tratativas, até porque não é uma coisa tão rápida”, afirmou João Paulo.
CEARÁ TRABALHA MUDANÇA COM CAUTELA
Apesar disso, até o momento, o Ceará não demonstrou um desejo imediato de aderir a esse modelo e tampouco percebeu a necessidade imediata dessa mudança. É uma decisão que envolve diversos aspectos e deve ser cuidadosamente avaliada antes de ser concretizada.
Vale mencionar que outros clubes brasileiros já adotaram esse modelo de gestão, principalmente aqueles que enfrentavam grandes dívidas e riscos reais de falência. Clubes como Bahia, Botafogo, Vasco, Cruzeiro e Cuiabá optaram por se tornarem empresas através da SAF, visando uma reestruturação financeira e administrativa.
Essas mudanças atraíram investidores poderosos para o cenário do futebol brasileiro. O Bahia, por exemplo, foi adquirido pelo mesmo grupo que controla o Manchester City, um dos clubes de maior sucesso na Europa. Já o Botafogo é gerido pelo magnata americano John Textor, detentor de 90% das ações da SAF. Até mesmo o ex-jogador Ronaldo adquiriu uma porcentagem significativa das ações do Cruzeiro.
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