Toda torcida fiel, por mais apaixonada que seja, enfrenta momentos em que o coração “balança” entre a esperança e a desilusão, entre o grito de gol e o suspiro de decepção. No entanto, nos últimos anos, nós, torcedores do Ceará, mesmo diante das adversidades, temos mantido a bandeira do Vozão erguida, como um farol de esperança em meio às tempestades pelas quais estamos passando.
Ah, o Ceará! Uma paixão que transcende o gramado e toma conta de corações e conversas em cada esquina do Estado. Cada jogo era um misto de ansiedade e expectativa, como se um capítulo crucial de uma saga estivesse prestes a ser escrito. No entanto, ultimamente, essa saga tem sido marcada por enredos tortuosos e desfechos amargos.
O Mais Querido, até pouco visto como um clube promissor, tem enfrentado temporadas difíceis nas competições nacionais. As derrotas, que antes eram exceções, agora parecem um mantra repetido a cada partida. Os olhos dos torcedores, antes cheios de brilho e fervor, agora carregam um misto de apreensão e cansaço.
Aquele grito de incentivo que ecoava no estádio e fazia tremer as arquibancadas parece ter perdido um pouco de sua força, abafado pela sequência de resultados negativos, dentro e fora de campo.
E não é apenas a tabela de classificação da Série B do Campeonato Brasileiro que entristece a torcida. É a sensação de estagnação, a dúvida que paira no ar quanto ao futuro do clube.
Os torcedores mais antigos lembram dos momentos de glória, dos títulos conquistados, e se perguntam se um dia o Ceará voltará a ocupar seu lugar de destaque no cenário nacional.
Enquanto a diretoria finge que busca soluções, os jogadores fingem que dão a vida em campo, a torcida espera, de maneira quase que irracional, segurando nas mãos trêmulas a bandeira do clube, como se fosse um amuleto de esperança.
Em cada esquina da capital cearense, em cada mesa de bar, as conversas se repetem: “Será que dessa vez vai ser diferente?”. Há quem tente encontrar motivos para acreditar, quem se agarre à fé inabalável no clube do coração.
Mas, a desconfiança paira no ar como uma nuvem cinzenta que teima em não se dissipar. A cada resultado negativo o sentimento de desânimo cresce, como uma bola de neve que rola montanha abaixo.
No entanto, no coração do torcedor alvinegro (o emocionado), mesmo que abalado, ainda pulsa a esperança. O amor pelo Ceará é mais forte que as tempestades passageiras e a devoção àqueles que vestem a camisa do Alvinegro de Porangabuçu é inabalável.
A torcida sabe que torcer não é apenas celebrar vitórias, mas também estar presente nos momentos difíceis, apoiando e acreditando, mesmo quando a razão pede para desistir. Porém, para tudo tem limite! A torcida que tem como lema “nunca abandonar” já está cansada de tanto sofrer e se apegar a esperança. E não há que se julgar quem “enrolou” a bandeira e observa apenas de longe.
Do torcedor alvinegro nada mais pode se cobrar. Ele sempre fez e faz por esse clube muito mais do que ele merece. Futebol é paixão, amor, emoção. Mas também é preciso que haja reciprocidade e o clube não vem correspondendo esses sentimentos. Se “o amor acabar”, as novas gerações de torcedores minguarão como a Lua em uma de suas fases.
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