OPINIÃO | Ceará é uma ‘máquina de moer’ treinadores

Guto Ferreira não resistiu aos inconstantes resultados e contra o Tombense-MG “assinou” o atestado de técnico mais incompetente da temperada irregular do Ceará. Como é possível o time de maior investimento da Série B do Campeonato Brasileiro amargar uma 11° posição na competição?

Segundo o Transfermarket, o elenco do Ceará está avaliado em cerca de 24 milhões de euros. Guto foi o nome de confiança da diretoria de futebol e foi incapaz de gerir os melhores recursos do Ceará, que foi com força ao mercado se reforçando com mais de oito nomes. Mas, em campo foi um time pobre em ideias e que foi incapaz de vencer uma partida fora de casa, mesmo jogando contra o lanterna.

Guto demonstrou que, mesmo com a diferença técnica e de investimento, o jogo é jogado e as decisões táticas não enxergam camisa. E por falta de ambição teve sua demissão bem justificada. Agora a grande perguntar é: o que fazer para reparar o erro de planejamento desta diretoria?

Vagner Mancini mais uma vez recorrendo aquilo que é comum e sem ousadia. O treinador tem capacidade para vingar? Sim. Podemos colocar o trabalho do América-MG. Mas, até quando vamos está sendo essa “máquina trituradora” de treinadores?

O Alvinegro, desde a primeira passagem de Guto, sempre errou no planejamento de mandar embora o técnico da temporada por falta de resultado. Assim foi com Tiago Nunes no início de 2022 e Gustavo Morinigo nesta temporada.

Mas esquecem que Morinigo foi o principal responsável pela montagem do time no início de temporada e que você trazer um “bombeiro” para salvar um mal início é algo que historicamente não dá certo e que demonstra o amadorismo nas tomadas de decisões.

O rival teve um treinador “campeão” que amargou um primeiro turno no Campeonato Brasileiro todo na lanterna e, com reforços e confiança no trabalho, conseguiu se reerguer e levar o clube a mais uma competição internacional.

Agora temos mais um técnico “tapa buraco”, que muito provavelmente fica para 2024. Mas, que tem histórico de abandonar os trabalhos quando surgem propostas financeiras melhores e que me muito provavelmente deve ter o cargo balançado ao primeiro revés no primeiro semestre. Desculpa, mas isso não é planejamento.

É só um pouco daquilo que tem sido o maior Ceará de todos os tempos, que foi pioneiro na modernização do futebol cearense, mas que não soube “surfar a onda” do crescimento e estabilização quando teve oportunidade. Precisamos, e pra já, que as coisas sejam profissionalizadas no departamento de futebol e que isso seja levado em consideração do que politiquices que não agregam em nada o desenvolvimento do clube.

Acorda, Ceará! E atenção, isso é um recado para o seu elenco também. Não existe time fácil. Existe trabalho bem feito.