Às vezes, eu penso que o antigo presidente do Ceará, Robinson de Castro, deve dar boas gargalhadas todo santo dia ao acordar, uma vez que hoje temos uma diretoria e, em particular, um presidente, mil vezes menos competente do que ele. Por mais que os times montados e os treinadores contratados por Castro terem dado a sensação de que algo poderia ser melhor, nós tínhamos um time competitivo e alguma perspectiva de permanecer como estávamos e, quem sabe, em algum momento subir de nível, mesmo caindo para a Série B.
Atualmente, temos uma diretoria executiva que parece tanto entender pouco de futebol quanto também ser politicamente desastrosa. Todo o processo de mudança de estatuto do clube não pode ser qualificado com outro adjetivo, senão o de patético, o qual, em um dos significados possíveis, quer dizer aquilo que tem a capacidade de provocar terror ou tragédia (ou os dois, concomitantemente).
A estratégia da diretoria de evitar negociar a formulação do estatuto para, posteriormente, se colocar contra este, mas tentando transparecer que, apesar disso, era a favor do voto do sócio-torcedor para a escolha da diretoria, foi uma estratégia pouquíssimo inteligente em um contexto que o voto parece inevitável e em que a equipe dentro de campo precisa de apoio. A torcida não aceitará menos do que poder votar e, principalmente, poder ser votado, escolhido como presidente, que deve ser um cargo remunerado. E não adianta dizer que isto aumentará os impostos, pois a democracia interna no clube não tem preço.
Não é possível que a diretoria não está notando que toda esta celeuma política reverbera na equipe dentro de campo, não há blindagem. Nas últimas três partidas, coincidentemente após a rejeição do novo estatuto, o Ceará conseguiu um mísero ponto, que foi ganho em casa em um jogo muito acessível, visto a derrota do Sport-PE para o Novohorizontino-SP, na noite de São João (24/06/2024). A prova que este terrorismo político por parte da diretoria reverbera em campo é o fraco elenco que temos, ao qual pode ser somado à perda de jogadores-chave por pouco dinheiro e a desmobilização da torcida em um momento crucial do campeonato.
O jogo de hoje contra a Ponte Preta-SP é decisivo para mostrar o verdadeiro caráter da diretoria, uma vez que não havia dinheiro para contratar e, por conseguinte, para demitir o treinador Vagner Mancini. Com a promessa de contratações da diretoria para esta janela de meio de ano, podemos supor que também haverá dinheiro para mudança de treinador, coisa que, na minha visão, será péssima.
Enfim, nosso papel como torcedor é seguir pressionando a diretoria sem dar trégua e aproveitar o mês de junho para pedir a São João um milagre, já que o João (Paulo) que temos parece ser anti-milagre, anti-futebol, anti-povo no Ceará. Que a fogueira de São João alumie a cabeça da diretoria!
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