OPINIÃO | Ceará: 109 anos e a volta da torcida como presente

O Ceará volta a jogar com sua torcida geral em “campo”. Simbolicamente, no mesmo dia de seu aniversário de 109 anos de fundação. Essa volta, embora amargada pela última derrota, demonstra a expectativa e a paixão de uma torcida que, mesmo punida, deu um show nas arquibancadas e promete muito mais.

Já são mais de 20 mil torcedores confirmados para o duelo contra a Chapecoense-SC. Terá tudo para ser uma grande festa. Apesar do resultado negativo em campo no jogo contra o Novorizontino-SP, a torcida – contando “apenas” com mulheres, crianças e pessoas com deficiência (PCD’s) – fez um espetáculo na bancada. Fazendo parte dessa porcentagem ainda pequena (infelizmente) de mulheres que frequentam o estádio, ver a Arena Castelão ecoando as canções nas milhares de vozes femininas, me mostrou o que é ser Ceará Sporting Club.

A gente não abandona. Esse é nosso lema! O Ceará nunca vai se ver carente de torcida. Jogadores, técnicos, diretorias… Todos passam. Mas, a gente sempre fica. A ansiedade para ver o time em campo novamente mostra que, mesmo as vezes não merecendo pelo futebol demonstrado, a massa vai sempre empurrar como 12º jogador.

Estaremos apoiando, não importa as circunstâncias. A gente cobra, xinga e até faz promessas impensáveis. É isso que somos. Nós somos o Ceará.

O time que carrega o nome do Estado se vê novamente na incansável luta. A luta para subir na tabela da Série B, a luta rumo à Série A novamente, a luta para ser respeitado em meio a cenários que ainda nos parece com “é apenas um time nordestino”. A constante batalha diária está no hino: Nossa glória é lutar.

Nesses 109 anos não faltou superação pro Vovô. Fizemos muitas histórias. De pai para filho e de mãe para filha, fomos ensinados e ensinadas a amar o clube e, se por acaso, foi por escolha própria, na verdade você foi o “escolhido”. Presenciamos muitas alegrias e muitas tristezas também. Mas, você sabe o que temos em comum: nós somos apaixonados pelo Vozão!

E, por isso, temos mais uma batalha. Mais um confronto decisivo na tabela onde podemos encostar no G4 e estaremos mais uma vez comparecendo e desejando que o nosso presente seja a vitória. Queremos raça, queremos que todos sintam o peso dessa camisa centenária que já foi vestida muitos ídolos, que veste o “povo”, assim como somos conhecidos.

Da arquibancada nunca vamos recuar, é o nosso lugar, chamamos de casa. Enquanto for possível, sempre estaremos incentivando. Parabéns meu Vovô, mas vamos em frente que a luta não acabou.

Texto de Ana Clebia para Coluna Vozão