Parece um texto que saiu dos confins de 2019, mas não. É sobre 2025 mesmo. O Ceará está novamente sem aquele artilheiro, o “homem gol”. Com a saída de Facundo Barceló (39 jogos e sete gols) e de Saulo Mineiro (46 jogos, 13 gols e seis assistências), o Vovô permaneceu apenas com Aylon – que até foi bem no ano passado também (53 jogos, 14 gols e três assistências) – para a função de “camisa 9“.

Aliás, os bons números do Aylon não podem “mascarar” algo óbvio: o nível da Série B, hoje, é muito inferior ao da Série A e até, talvez, como nunca antes tenha sido, já que vários times da elite atualmente têm dinheiro, praticamente, “infinito” se comparado aos times da segunda divisão. Ano passado, muito do sucesso do Ceará passou por um ataque extremamente poderoso que terminou o ano com 90 gols marcados. Mas, o contexto era bem diferente, com um time absolutamente protagonista em quase todas as competições que disputou.

Porém, é bem verdade que se não teremos um ataque tão letal assim, no geral. Então, precisamos de alguém que saiba fazer gols. Na Série A dois fatores ajudam demais numa possível permanência: 1 – defesa sólida e que saiba sofrer, principalmente em palcos difíceis de se jogar como Maracanã, Beira-Rio, Mineirão, entre outros. E 2 – ótimo centroavante, foi assim em 2018 com Arthur Cabral fazendo sete gols e a grande maioria desses gols sendo decisivos para vitórias ou empates. Outro exemplo foi o Vina em 2020. Ele não era centroavante, mas fez 13 gols, um número expressivo e que ajudou o Vovô a ter o melhor ano de sua história na Série A do Brasileirão de pontos corridos.

Quando não tivemos essa peça, como 2022, o time sofreu com muitos gols perdidos e perda de pontos muito importantes e, em consequência disso, até teve o Stiven Mendoza, um ponta que fez 10 gols na competição, mas que ao mesmo tempo também perdia um enorme número de chances para converter a bola no fundo das redes.
O mercado para um clube como o nosso é bem complicado, já que vários dos nossos concorrentes têm o dobro – ou até mais – de orçamento e podendo oferecer condições melhores para os atletas. Porém, é algo que o Ceará nesse ano vai ter que lidar até se reestruturar como clube de Série A que é. O fato é que infelizmente dois anos na Série B atrasaram demais nosso clube em relação a outros e a questão geográfica também pesa, já que não temos SAF ou “mecenas” para injetar dinheiro e ajudar em uma rápida reestruturação.

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