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Opinião | Talentos do Ceará ’em cheque’

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Foto: Divulgação / Ceará SC

O tratamento em relação aos jovens talentos do Ceará oscila como uma roda gigante. Alguns são pouco aproveitados e outros utilizados insistentemente até que a paciência da torcida se esgote! Na ultima coletiva após o empate em 1×1 diante do Mirassol-SP pela Série B do Campeonato Brasileiro, o treinador Guto Ferreira teve fez uma fala no mínimo infeliz.

“Qual foi o protagonismo desses atletas até agora no Ceará?”, questionou.

A pergunta foi referindo-se a Erick Pulga e Pedrinho, ambos jovens promissores que o Alvinegro contratou para esta temporada, o primeiro se destacou no Ferroviário, marcando gols e dando assistências, sendo decisivo enquanto atuou pelo tubarão da barra, já o segundo se destacou no campeonato carioca pelo Volta Redonda. A pergunta de Guto seria um fato, não fosse a escalação como Titular de Hygor Cléber, que em nada contribuiu durante toda a temporada e teve chance como titular da equipe na última rodada.

Não é de hoje que a torcida se questiona, “porque fulano que não joga nada tem tanta chance e ciclano nunca é testado?” Aparentemente a única explicação é que o Ceará é um cabide de empresários, onde estes mandam, desmandam e escalam quem joga e quem não joga. Exemplos recentes de atletas que não rendem ou não rendiam em campo são lembrados todos os dias pela torcida.

O meia Geovane, que hoje defende o Paysandu-PA, é um bom exemplo. Nunca produziu o suficiente para ser titular, mas era escolhido ou entrava no decorrer do jogo por quase todos os treinadores que estiveram aqui. Pra ira da torcida alvinegra, o atleta nunca “encheu os olhos” ou correspondeu em campo. Não veremos ninguém com saudades por aqui.

Outro bom exemplo é quase um titular intocável. Gabriel Lacerda vem sendo a opção quase unanime na temporada, ao menos por Eduardo Barroca e Guto. As falhas recorrentes não fazem com que o jogador seja “sacado” do time principal. Ao mesmo tempo que não entrega o que o time precisa, joga com a pressão da torcida, principalmente em casa, que já sente “calafrios” só em pensar que essa “joia” será titular.

Elenco do Ceará
Foto: Divulgação / Ceará SC

POUCAS OPORTUNIDADES NO CEARÁ

Os nomes citados são apenas um dos poucos exemplos de uma situação que não se explica no Ceará. Quem parece ter potencial não joga e quem demonstra o mínimo de talento é preterido.

Poderíamos escrever um livro somente com exemplos, como os já indicados aqui. Mas, o fato é que a profissionalização, a um nível que garanta que não haja interferência de quem vende atletas para o clube, está longe de acontecer.

Enquanto a mudança da forma de como se administra não mudar, continuaremos vendo Geovanes e Lacerdas e outros mais “quebrando a bola” em campo enquanto os talentos ficarão “escondidos”. Até que, quem sabe, sejam vendidos ou desistam do Ceará.

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