Passados 15 anos desde meu último jogo em terras alencarinas voltei à Arena Castelão para ver o Ceará jogar. Bateu uma nostalgia quando o avistei de longe. Bom demais ver um jogo na minha terra e, principalmente, do meu clube de coração.
Já estive em vários estádios no mundo, mas nada mais simbólico do que assistir um jogo do meu Vozão, mesmo que o momento não seja o melhor possível. Coincidentemente, meu último jogo também havia sido em uma partida da Série B do Campeonato Brasileiro. Naquela altura, nem podia imaginar que um dia o Ceará seria um time respeitado e organizado, além de ser tradicional nos certames nordestinos.
Como nunca havíamos provado o que era bom (ser campeão do Nordeste por três vezes, cinco anos seguidos na Série A do Brasileirão e disputa de competição internacional), vencer o Paulista-SP ou o Avaí-SC era para ser bastante comemorado na época.
Entretanto, meus amigos, estamos em 2023. O futebol mudou, os estádios mudaram e os torcedores também. O nível de exigência é maior e as mudanças vêm para o bem.
Quando a bola rolou, vi um estádio sem grande público. Apesar de ser um dos líderes de assistências, vi um time sem garra perdendo todos os duelos.
Quando olhei para o lado, vi que ali estava presente o ídolo e saudoso Michel Guerreiro, do famoso trio de ferro. Os times podiam ser até superiores, mas na nossa casa mandávamos nós. E aquele grupo de jogadores “comiam” a grama do antigo Castelão. E, atenção, que não era esse “tapete” que temos hoje.
O emocional do Ceará está tão fragilizado que o Atlético-GO jogou pacientemente por uma bola, que eles tinham a certeza que iria chegar. E chegou!
Depois do gol, a sofrida torcida alvinegra começou a xingar os jogadores e a pedir a saída imediata da diretoria. É triste que todas as pessoas que estavam ali foram em busca de uma alegria e as partidas do nosso time têm sido motivo de tristeza, desolação e falta de esperança.
O time não emplacou desde que começou a Série B. E os atletas basicamente já compraram a ideia de que ja não é mais possível.
Melancólico, voltei para minha casa com a minha esposa. Fazia tempo que eu queria levá-la ao Castelão. Ela, que é portuguesa, precisava conhecer o Ceará que me faz ficar acordado até as 3 horas da manhã em Portugal.
Infelizmente não foi dessa vez que consegui mostrar a razão de eu me orgulhar por esse clube. Acredito que dias melhores virão e as mudanças já estão a acontecer. Precisamos oxigenar jogadores e direções, trazer gente competente e parar de “apostar” em coisas que. historicamente, vimos que não dá certo.
O Ceará de hoje não pode ser pior do que o de 2008!
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