Meu Vozão Ceará Sporting Club

OPINIÃO! O que os reforços do Ceará mostraram até aqui?

Luvannor Ceará
Foto: Xandry Rodrigues / @xandyrodrigues

O Ceará só venceu equipes sem divisão até aqui em 2023. O que os reforços já demonstraram? Com apenas cinco jogos na temporada, parece que o ano de 2022 ainda não acabou e a desconfiança ainda circula por Porangabuçu. O time ainda não conseguiu uma boa apresentação contra rivais de menor poderio financeiro e as duas partidas contra o Ferroviário acendem um ”sinal de alerta” para qual ponto da preparação nós estamos.

Apesar de historicamente o Campeonato Cearense ser importante em relação a quem assumirá a liderança no Estado e até mesmo a quebra do recorde sobre o penta, o que nos preocupa mais é como o time se comportará na Série B, nosso principal objetivo do ano. Contra rivais sem divisões, e me perdoe o Pacajus que ainda não jogou a 4ª divisão, nossas vitórias aconteceram mais pela qualidade individual de alguns dos nossos jogadores e até mesmo ineficiência dos adversários do que por um modelo de jogo e ideias bem assimiladas pelo grupo.

Ceará
Foto: Davi Rocha / Sued Photo Press

Na Copa do Nordeste, já sofremos a primeira derrota contra um “Ferrim” que dominou um time do Ceará sem padrão, com um meio de campo inexistente e que machucou mais uma vez o amargurado torcedor. E não estamos falando de um adversário tido como um favorito para próxima fase, mas sim um rival estadual, muito organizado e competente, mas longe de ter a dimensão que o Alvinegro tem.

O certo é que ainda não temos nenhum ponto no Nordestão e a nossa sequência está longe de ser fácil: Sampaio Corrêa-MA, Fortaleza e Sport-PE aumentam a fasquia de um Ceará que ainda procura se encontrar no início da temporada.

Temporada essa em que tivemos algumas contratações, nomes desconhecidos e nomes que, se calhar, no ano passado poderiam ter dado mais luta na Série A. O certo é que os volantes Arthur Rezende e Caique Gonçalves não são unanimidades quanto à titularidade, mesmo sabendo que algum deles terá que fazer uma dupla com o desgastado Richardson, que desde o final da Série A tem tido partidas menos consistentes. Os laterais, Danilo Barcelos e Willian Formiga, foram outros que chegaram em Carlos de Alencar Pinto, levando essa posição a sofrer. Na minha opinião, o maior downgrade. Se anteriormente tínhamos Bruno Pacheco e Nino Paraíba a brigar por posições com Michel Macedo e Victor Luis, as novas contratações não demonstraram ao torcedor uma segurança de titular-reserva, que tínhamos em 2022. Defensivamente o Ceará não tem jogado bem e os mesmo têm contribuído por esse momento menos bom. Oxalá que o nosso treinador consiga corrigir isso!

Subindo mais um pouco no campo, tivemos as chegadas de Chay e Jean Carlos. O camisa 14 tem tido dificuldade na adaptação à função de jogar pelos lados do campo, bem como de ter um melhor condicionamento físico, onde claramente vê-se que está sem o entrosamento necessário para ser aquele atleta que todos nós conhecemos nos tempos de Botafogo e Cruzeiro. Quanto ao nosso camisa 10.. já não sentimos tanta falta do “Speedy” Mendoza, temos o mágico agora! Penso que foi a contratação mais acertada até ao momento e que tem trazido um pouco de ânimo para o torcedor. Existe um Ceará com e sem Jean Carlos que nos traz uma ótima visão de jogo, consegue encontrar espaço e quebrar linhas e tem um grande poder de finalização. O gol contra o Maracanã mostra a categoria desse meia, que tem tudo para ser o comandante técnico desse time em 2023.

Ceará
Foto: Davi Rocha / Sued Photo Press

Outro nome que chamou bastante atenção, neste início de temporada, foi de Luvannor que, apesar de ter tido o seu melhor momento jogando pelos lados, tem sido apostado como um atacante um pouco mais centralizado. No entanto, após apenas um gol feito, não tem passado a confiança do homem de referência que precisamos, principalmente num jogo mais físico onde há a necessidade de um pivô. Essa característica encontramos no atacante Vitor Gabriel. Com muito menos pompa que o nosso “Luva” e até com certa desconfiança por parte do torcedor, o camisa 63 tem ganhado o seu espaço com muito trabalho. Já são dois gols com a camisa do Vozão e um cartão de visita para o que pode ser uma opção de 9 que precisamos. Atenção: eu falo opção e não solução, pois o elenco precisa ter mais variação e não ficar no eterno erro de improvisar ponta como centroavante, erro esse que já cometemos muito no passado.

E por último deixo aqueles que foram a maior surpresa e a minha maior desconfiança. O primeiro, que me surpreendeu e que até nos “iludiu”, foi o Janderson. Que jogador diferenciado! Alinha velocidade e inteligência, sempre driblando em direção ao gol e sendo efetivo nas oportunidades de finalização. Fazia tempo que não tínhamos um jogador com estas características. Ele bem posicionado, será um jogador que trará grandes desequilíbrios nas defesas adversárias, pois consegue criar espaços e procura sempre a área para servir seus companheiros. Para além disso, sofre muitas faltas e não se intimida, vai sempre para cima e sabe esconder a bola em momentos de manutenção da posse de bola. Tínhamos visto o Janderson em ação no Atlético-GO, mas vendo que ele agora está do nosso lado é bem melhor.

Ceará
Foto: Divulgação / Ceará SC

Por outro lado, o goleiro Alfredo Aguilar é, ao meu ver, a contratação com maior disparidade técnica em relação aos outros jogadores da posição. Foi dito que ele viria para jogar com os pés, mas acredito que um bom goleiro tem que saber jogar melhor ainda debaixo da trave e temos visto repetidos erros do arqueiro paraguaio. Nota-se claramente que o nosso FIEL goleiro Richard está um patamar acima do seu reserva – e pensar que desde 2018 sempre tivemos um goleiro de alto nível e um reserva que não comprometia.

Esse foi um resumo de como têm sido nossos primeiros jogos de preparação. Daqui pra frente é sempre aumentado o nível de exigência das competições. Estamos vendo um grupo querendo apoio nas arquibancadas para crescer como time. Onde faltar técnica, que eles igualem com raça e vontade. Mas se quisermos ganhar campeonatos e subir, nosso treinador tem que encontrar o time ideal o quanto antes, caso contrario a pressão será insustentável, dentro e fora de campo.

Do grupo de contratados, precisamos que eles se encaixem o mais rápido possível ao modelo do “Gustavito” e que ao término dos campeonatos estaduais venham os reforços para que tenhamos chances na Série B.

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