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OPINIÃO | Crise administrativa no Ceará não justifica resultados pífios

Elenco do Ceará na Cidade Vozão, Série B
Foto: Marcelo Vidal / Ceará SC

Aqui na Coluna do Vozão já falei várias vezes sobre o quão despreparado foi o Ceará em todos os setores que se possa imaginar no ano de 2023. Falamos inúmeras vezes sobre a falta de experiência do ex-diretor de futebol Albeci Júnior, de decisões erradas do presidente João Paulo, de tantas outras falhas e desconexões entre outras diretorias responsáveis por dar o suporte à parte do futebol e muito mais.

Porém, nada disso justifica a vergonha absoluta que esse elenco atual está fazendo ao vestir o mango do Alvinegro de Porangabuçu e empunhar nosso escudo. Acredito que Vagner Mancini tem sim sua parcela de culpa, mas ínfima. Não há como um treinador montar um esquema ou treinar alguma coisa tática com um grupo absolutamente descompromissado e descolado da realidade do clube.

O Ceará está a cinco jogos sem vencer, coisa que aconteceu pela última vez em 2016. É inacreditável que um elenco que ganha o que ganha, em termos financeiros, e que tem todo o apoio possível nesse sentido possa se contentar ou simplesmente ignorar o momento do clube e ficar confortável diante de tal situação.

O pior de tudo é que as mostras que os atletas, difícil até escrever essa palavra para representar pessoas que não exercem algo tão disciplinar quanto um atletismo de verdade exige. No sentido de que nada vai mudar, pelo menos não até o final desta edição da Série B do Campeonato Brasileiro.

Última vez que o Ceará ficou cinco ou mais jogos sem vencer na Série B foi em 2016. (SofaScore)

O que é necessário é uma reformulação total do elenco, fazendo com que alguns desses jogadores entendam que tiveram uma grande oportunidade ao vestir o manto alvinegro e jogaram fora.

No gol, não acredito que nenhum dos atletas atualmente está no nível mental e técnico que ser um goleiro do Ceará exige. Richard é um grande arqueiro. Honrou o manto, mas teve uma temporada péssima, com exceção da grandíssima participação no título da Copa do Nordeste. Porém, fora isso, falhou muito no início da Segundona. Além das lesões.

Richard, goleiro do Ceará.
Richard, goleiro do Ceará. Foto: Xandy Rodrigues / Ceará SC

QUEM DEVE PERMANECER NO CEARÁ PARA 2023?

Na defesa em geral, manteria David Ricardo e Léo Santos. São atletas jovens e de grande potencial e fazem, na medida do possível, uma boa Série B. Nas laterais também daria uma nova chance ao Paulo Victor. Apesar de ter se lesionado, com ele em campo o Vovô jogou nove partidas, venceu quatro, empatou três e perdeu apenas duas. Além dele ter ido bem individualmente, também é novo e pode evoluir.

Entre volantes e meias, quase nenhum rendeu o suficiente, até porque times com bom meio-campo conseguem ter mais controle de jogo e, consequentemente, melhores resultados. Léo Rafael manteria com certeza por ser da base e por ter sido muito pouco testado. Também manteria Guilherme Castilho, pelo valor pago de quase R$10 milhões, e Jean Carlos, que com um time mais propositivo pode melhorar seu rendimento.

No ataque, como não poderíamos dispensar todos, manteria Saulo Mineiro e Chrystian Barletta. Acho que Erick Pulga também merece uma segunda chance, já que teve tanto sucesso com o Ferroviário no início deste ano.

Uma boa preparação e um bom planejamento podem mudar significativamente o curso de um time durante a temporada e obviamente o rendimento individual dos jogadores. Se em 2024 isso não acontecer, temo que nossa luta não será pelo acesso, mas sim contra o rebaixamento. Espero estar errado!

Guilherme Castilho, meia do Ceará.
Guilherme Castilho foi o jogador mais caro da história do Ceará. Foto: Divulgação / Ceará SC

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