Entra ano e sai ano, a pergunta é a mesma: O que esperar do Ceará nesta temporada? Esta dúvida que ronda a cabeça dos torcedores chega a ser cruel e diz muito sobre uma série de planejamentos rasgados internamente por quem toma conta do clube.
Cansei de comentar entre amigos no começo de cada calendário que no papel o nosso time era melhor que o do Fortaleza. E era o que eu achava até, pelo menos, um ano atrás. Dentro de campo isso não acontecia e nunca aconteceu. Podemos até debater sobre a frase clichê do “clássico é clássico”, mas a verdade é que o Ceará sempre respeitou muito o rival e não reconheceu o seu próprio “poder de fogo”. Chegamos a viver momentos onde a diferença estrutural, financeira e até mesmo de posição no cenário nacional eram gigantescas, mas nunca demonstramos isso efetivamente.
2020 talvez tenha sido o ano em que as expectativas não eram tão altas por muitos motivos e conseguimos sair com um título expressivo de Copa do Nordeste. O Ceará passou bem pela pandemia, vinha de um 2019 de quase rebaixamento, eliminação na fase prévia da Copa do Brasil e um vice Cearense.
O ano de 2021 reflete bem o que estamos falando. Aparentemente tínhamos um elenco bom em mãos, boas contratações e nenhum título. Sim, nós chegamos às finais da Copa do Nordeste e Cearense, mas a postura desse ano não foi compatível com o que esperávamos pelas boas peças no plantel. Fracassamos precocemente na Sula e nos contentamos com uma posição de meio de tabela do Brasileirão.
O último episódio eu nem preciso falar muito. Ano de maior investimento do clube e um retorno de vexames em praticamente todas as competições disputadas. Então, voltando ao começo do texto: o que fazer? O que esperar de um time que simplesmente não sabemos o que pode nos trazer?
Até o momento estou satisfeito com as contratações que chegam para 2023. São bons nomes para uma Série B e estamos mantendo o que é possível manter. Mas esse perfil imprevisível não me deixa confortável e mostra que nosso problema não se resume as quatro linhas. O Estadual está chegando e, para os que insistem em menosprezar a competição, vão ter que entender que até o momento esse vai ser nosso primeiro divisor de águas entre mais um possível ano tenebroso ou uma chance de recuperar a confiança dentro do futebol.
A única certeza que temos é que não vai ser fácil. O ano é longo e nossas batalhas são árduas. A torcida vai comparecer, as lágrimas vão cair do começo ao fim da temporada e tomara que a última gota seja de alegria. 2023 começou.
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