Chegando ao Ceará em 2020, Vina colocou seu nome na história do time e se tornou um personagem de nome bastante conhecido no cenário nacional. Pela primeira vez, o atleta estaria sendo reconhecido mais pelo seu futebol do que pelas polêmicas dentro e fora de campo.
Em seu primeiro ano com a camisa do Vovô, Vina marcou 23 gols e 19 assistências em 59 jogos. Era um dos melhores meias do Brasil. Confesso que nesse ano me surpreendi, pois sabia que disparadamente já eram seus melhores números da carreira.
Mas aí veio a primeira “loucura”, ao meu ver, na gestão de como continuaria o caminhar do atleta em nossas terras. O Ceará renova seu contrato até o fim de 2024, o mesmo se tornou o jogador mais bem pago da história do futebol cearense (R$350 mil mensais).
2021 foi um péssimo ano, expectativa alta e muitas decepções. Eliminações precoces e dolorosas. O meio-campista alvinegro se mostrava insatisfeito com o comando técnico de Guto Ferreira. O ego do atleta precisava ser massageado e viria com a demissão do treinador. Após episódios vexatórios dentro do clube, como por exemplo uma live entre Vina e Guto fazendo as “pazes”, mediada por nada mais, nada menos que Robinson de Castro. Isso passava um ar de amadorismo e descontrole. Vina crescia seu nome no Ceará, mas não só como jogador e sim proprietário do clube.
Chegamos ao último ano até aqui, 2022 foi pra esquecer, mas vamos focar em Vina. Sempre abraçado pela torcida, o jogador passava por turbulências que por muitas vezes não fazia questão de dar importância. Muito disso é culpa do próprio torcedor. Como esquecer do fatídico dia em que o atleta foi flagrado em uma festa após uma derrota do Ceará e no outro jogo a própria torcida cantava “vai, safadão” em alusão à festa que atleta teria participado. O aval já estava dado: Vina teria liberdade de pintar e bordar dentro do clube.
Desde então, assistimos a jogos preguiçosos do atleta, expulsões sem sentido e, para mim, a grande gota d’água: Ceará perde para o América-MG por 2 a 1, Vina faz o gol da partida e faz sinal para a torcida se acalmar. O desrespeito ultrapassou os limites e quase nada foi feito. O comportamento do jogador esse ano representava boa parte dos atletas e o rebaixamento era inevitável.
Na história do clube tivemos vários ídolos. Gildo, Adilson, Mota, Magno Alves, Ricardinho, Sérgio Alves, entre outros. Muitas vezes vi meus ídolos serem esculachados pela torcida, isso me entristecia profundamente. Nunca tiveram um tratamento à altura do que fizeram aqui, nem pelo torcedor, muito menos pela diretoria. Mas aqui parece que pra receber isso, tem que ser midiático e provocar o rival, então pode fazer o que quiser. Que possamos amadurecer e valorizar quem realmente merece o posto de ídolo.
A opinião de um artigo assinado não reflete necessariamente a opinião do site, é o ponto de vista exclusivo do autor que elaborou o artigo.
Veja mais notícias do Ceará, acompanhe os jogos, resultados e classificação além da história e títulos do Ceará Sporting Club.