O Ceará até a década de 2.000 tinha um staff semiprofissional, em que apenas os jogadores eram profissionais. Evoluímos muito neste quesito e hoje muitos setores são profissionais e com excelente desempenho. Como, por exemplo, a preparação física, preparação de goleiros, marketing e outros. Mas, o clube segue com um grave problema: a Diretoria Executiva é amadora.
Nossos dois anteriores presidentes (Evandro Leitão e Robinson de Castro) são, na minha opinião, os dois maiores da história. Foram responsáveis por acessos, títulos, cinco anos seguidos na Série A do Brasileirão e, principalmente, pela profissionalização de vários setores do clube.
Mas tinham o mesmo defeito: ambos eram amadores. Amadores no sentido mais restrito da palavra. Faziam esse trabalho de presidente do clube por amor. Não eram profissionais da função com dedicação exclusiva e remuneração justa para o papel.
Na gestão de Robinson de Castro ele acumulou por muito tempo as funções de presidente e de diretor de futebol ao mesmo tempo. Hoje temos João Paulo Silva como presidente e Albeci Jr como como diretor de futebol. Ambos são amadores, mas como uma desvantagem: Além de amadores são inexperientes e mostram que não têm condições ainda de estar nessas funções.
Robinson pelo menos era um amador com experiência, pela sua vida profissional fora do clube, e conseguiu, além do acesso, nos deixar pela primeira vez cinco anos na elite do futebol brasileiro.
O Ceará precisa urgentemente da reforma estatutária, que já em processo, e de “copiar” a ideia do rival e dos clubes mais profissionais do País. Precisa de uma diretoria de futebol profissional e de dedicação exclusiva e com alta remuneração. Caso contrário, será difícil sair da situação onde está com amadores.
O Ceará é de uma “máquina de moer” jogadores e técnicos. São muitos os exemplos de jogadores que são “moídos” aqui e se dão muito bem em times até superiores como é o caso de Samuel Xavier, que era criticado aqui e hoje joga em altíssimo nível no Fluminense-RJ.
O lateral é apenas um exemplo. Poucos são resilientes como Luiz Otávio, que já fez tanto pelo clube e muitas vezes foi criticado injustamente. E isso ocorre por amadorismo da diretoria.
O exemplo mais recente são as trocas de treinadores totalmente sem critério nesta temporada. Não dá para jogar em alto nível se o clube não tem ordem e planejamento concreto. A chance de fracasso é muito grande e isso nós temos acumulado com bastante frequência.
A culpa nem é exclusiva de João Paulo Silva e Albeci, eles são apenas amadores. A culpa é do clube de não ser totalmente profissional. É um gravíssimo erro ser amador nas instâncias de comando.
A profissionalização da diretoria do Ceará precisa acontecer URGENTEMENTE. Para o próprio bem do clube e de sua torcida!
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