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Vozão de olho! A pedido da CBF, árbitros irão relatar em súmula gritos homofóbicos nas arquibancadas

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Foto: Reprodução

Enquanto o combate ao racismo começa a ter Regras e Leis mais duras no futebol, inclusive com punições administrativas criadas pela CBF, a tolerância à homofobia deve ganhar o afronto do Ministério Público do Estado do Ceará.

Através do Nudtor (Núcleo de Desporto em Defesa do Torcedor do MP/CE), as primeiras medidas serão tomadas para evitar que cânticos e ofensas homofóbicas continuem a se perpetuar pelos estádios cearenses.

“Não podemos achar natural levar um filho ou uma filha para o Estádio e ver e ouvir alguém gritando e ofendendo quem quer que seja por causa da cor ou da orientação sexual. Por anos, isso foi tratado como normal e fomos nos acostumando. Assim, criamos um discurso de ódio em que no futebol tudo pode. Muitos falam que é cultura, que é brincadeira. Não é nada disso. Não é natural. É crime!”, declarou Edvando França, Promotor de Justiça e coordenador do Nudtor, que continuou.

“Nós vamos encaminhar um ofício à CBF, via Federação Cearense de Futebol, para que a entidade nacional recomende aos árbitros a relatarem em súmula os cânticos e ofensas homofóbicas produzidos pelas torcidas. Ficar xingando o outro de Tuf Gay, de Ceará Gay ou ofender o jogador com nome de veado, isso não cabe mais no futebol”, declarou Edvando que lembrou ainda que a arbitragem também sofre com os xingamentos.

“Até os árbitros são ofendidos. Mas parece que se tornou natural. Infelizmente, o ser humano está naturalizando o que é ruim. Você mandar o árbitro tomar naquele lugar, ameaçar e dizer que ele vai morrer? Em qual outro lugar isso é permitido?. Vá a um teatro ou a um show e xingue os artistas para ver o que acontece”, destacou.

A ideia do Nudtor passa também por educação, orientação e punição. De acordo ainda com Edvando França, o MP vai organizar no próximo mês um simpósio com representantes dos clubes e de torcidas organizadas, imprensa, associações e entidades relacionadas ao tema para um amplo debate com o objetivo de instruir, expor e ajudar a se criar um ambiente em que o futebol fuja dessa cultura racista, homofóbica e machista.

“A Polícia já está orientada a combater e prender, se for necessário, a quem cometer tais atos. Os clubes devem criar ações para prevenir o seu torcedor de cometer tais infrações. Repito. Isso não é cultura, não é brincadeira, isso é crime”, afirmou o chefe do Nudtor.

Campanhas

Em 2019, todos os clubes da Série A fizeram uma campanha nas redes sociais sobre o combate à homofobia. Ceará e Fortaleza divulgaram em seus respectivos perfis. O Vasco chegou a entrar em campo com uma faixa.

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