Se por um lado o sistema ofensivo do Ceará vem crescendo na disputa da Série B e mostrando potencial, sendo o segundo melhor ataque da competição, por outro lado a defesa é a grande “dor de cabeça” para o treinador Léo Condé. O Alvinegro está entre os cincos times que mais sofreram gols no certame nacional e, desses times, três estão na zona de rebaixamento.

Desde o ano passado, quando o Vozão voltou a disputar a Segundona, o time apresenta muitas falhas no primeiro setor do campo. E esta situação é individual, sim, mas, também é um problema coletivo. Se pegarmos o primeiro gol do América MG, quando empata para 1 a 1 um minuto depois do primeiro gol do Vozão, houve uma falha coletiva. A bola foi cruzada na área, há um desvio na primeira trave, Rafael Ramos não alcança para afastar e o adversário cabeceia acertando o “pé” da trave direita de Richard. Quando isso acontece, a bola vai parar na frente do gol e, neste momento, há um “buraco” deixado por todo sistema defensivo. Alê se aproveita e marca para o Coelho.
Já no segundo gol há uma falha grande de Matheus Bahia. A bola é cruzada à meia altura e quando chega nele, a pelota está na altura do joelho do lateral que, ao invés de mandar uma “bicuda” para tirá-la dali, tenta afastar de cabeça. Resultado: ele erra, a bola passa e sobra para Juninho fazer o gol da virada dos mandantes. Se pegarmos a goleada sobre o Botafogo-SP, o único gol deles sai em falha defensiva do Vozão. Bola cruzada na área, indefinição entre o goleiro Richard e o zagueiro David Ricardo e o atacante do time paulista se aproveitou disso para mandar de cabeça para o fundo do barbante.

SISTEMA DEFENSIVO DO CEARÁ VAI NA CONTRAMÃO DO OFENSIVO
Vale ressaltar, antes de tudo, que não existe sistema perfeito, que não vá cometer erros, seja ele defensivo ou ofensivo. Futebol é um jogo de muitas falhas e vence quem erra menos. Porém, para uma equipe que realmente almeja subir para a Série A e tem o segundo melhor ataque da competição com 28 gols marcados, atrás somente do líder Santos-SP que marcou 29, e que marcou sete gol nos últimos três jogos, é inconcebível ter uma das piores defesas da competição. Para termos noção de como isso pode se tornar o “calcanhar de Aquiles” do Ceará dentro da Série B e atrapalhar os planos na campanha de acesso, há apenas três times que sofreram mais gols que o Alvinegro até aqui e todos estão dentro da na zona de rebaixamento: Ituano-SP vice-lanterna (35), Guarani-SP lanterna (28) e Botafogo-SP 18º colocado (25).

O Vozão é o sétimo na tabela com 26 pontos e sofreu 23 gols em 18 partidas, assim como a Ponte Preta-SP que é a 12ª colocada com 23 pontos. O Brusque-SC, parte do Z-4 na 17º posição com apenas 18 pontos, levou 22 gols até aqui, um a menos que o Alvinegro. Então, o questionamento que fica é: como Léo Condé vai fazer para solucionar este problema que não começou sob seus comandos? Passa por mudança tática? Passa por reforços? Tem que trocar os titulares com as peças que o elenco tem neste momento? O fato é que isso precisa ser melhorado o quantos antes para que, quando chegar na 38ª rodada da Série B, os erros defensivos não tenham atrapalhado os passos do time na luta para o retorno à elite do futebol brasileiro.
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