Técnico do Ceará, Guto Ferreira reprova cantos homofóbicos: “não cabe mais”

Foto: Reprodução/Vozão TV

Após a vitória do Ceará contra o Vila Nova, em partida válida pela 18ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, o técnico Guto Ferreira compareceu à entrevista coletiva na Arena Castelão para falar sobre o desempenho da equipe. Porém, durante a coletiva, uma das perguntas abordou um tema delicado: os gritos homofóbicos entoados por alguns torcedores durante o jogo.

Os cânticos em questão proferidos pela torcida do Ceará, que incluíam frases como “A tuf é gay” e “matador de leão e come c* de tufgay”, faziam referência ao clube rival, Fortaleza. De maneira firme e incisiva, Guto Ferreira reprova a atitude desses torcedores, ressaltando que a torcida tem a capacidade de expressar seu apoio e paixão de forma mais respeitosa e qualificada.

“Isso não cabe mais. O torcedor do Ceará é inteligente. Talvez esse tipo de manifesto seja para chamar atenção. Eles têm capacidade, e é o que eu peço, de chamar a atenção de uma maneira muito mais bonita, qualificada”, disse o treinador.

TORCIDA DO CEARÁ IGNORA AVISOS

Antes da partida começar, uma parcela dos torcedores do Ceará se manifestou vaiando e ignorando o aviso dado pela Arena Castelão que repudiava essa conduta preconceituosa. A praça esportiva vem adotando uma série de medidas para combater essa prática nociva, que pode prejudicar o Vozão.

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Após os gritos homofóbicos sendo entoado por parte da torcida do Ceará, avisos condenando esse tipo de comportamento foram exibidos nos telões do estádio, acompanhados por um alerta veiculado pelos alto-falantes. Tais medidas visam não apenas coibir esse tipo de manifestação preconceituosa, mas também promover a conscientização entre os torcedores sobre a importância de um ambiente esportivo respeitoso e inclusivo.

A luta contra a homofobia nos estádios tem ganho força nos últimos anos, e os clubes estão sujeitos a punições caso sejam tolerados casos de manifestações discriminatórias por parte de seus torcedores. Conforme o artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, é proibido “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.

Dentre as possíveis punições, estão a perda de pontos no campeonato e a obrigatoriedade de realizar partidas sem a presença de torcida. Essas medidas têm o objetivo de incentivar os clubes e as torcidas a promoverem a igualdade, a inclusão e o respeito, bem como de garantir que o esporte seja um espaço acolhedor e livre de preconceitos.