Motivo constante de reclamação dos clubes do futebol brasileiro, o uso do VAR (árbitros de vídeos) nos campeonatos nacionais ainda carece de aperfeiçoamento. A avaliação é dos próprios profissionais que integram a Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Essa foi uma das razões, inclusive, que levaram a entidade a fazer uma intertemporada com 95 árbitros e assistentes na semana passada, no Rio de Janeiro.
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“Esse é um processo de evolução. Se levarmos em consideração o tempo que estamos desenvolvendo o trabalho do VAR no Brasil desde o início, desde as primeiras experiências, a gente ainda não chegou na adolescência. Estamos naquela fase de criança. Lógico que tudo requer um tempo para que seja desenvolvido, para que tenha qualidade”, disse o gerente Pedagógico e de Ensino da comissão, Roberto Perassi, ao Estadão. “O implemento da tecnologia também está sendo desenvolvido. Nós temos as empresas agora entendendo um pouquinho mais do VAR e, inclusive, aparecendo mais empresas nesse nicho, nesse mercado. A tecnologia é absolutamente necessária para o esporte. O que a gente precisa é continuar desenvolvendo pessoas. Isso leva um tempo”.
Ex-árbitro, Perassi se tornou instrutor da Federação Paulista de Futebol no início dos anos 2000 e foi levado à CBF por Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem, neste ano. Entender que todos precisam melhorar já é um bom começo.
O uso do VAR foi o principal foco do treinamento da semana passada. Em cinco dias, árbitros e assistentes analisaram um total de 50 clipes em salas de operação do VAR. Ao todo, foram 30 horas de treinamento da ferramenta em quatro estações de trabalho, duas delas no Centro de Excelência da Arbitragem Brasileira (CEAB) e outras duas no Clube da Aeronáutica (CAER), onde foram realizadas atividades de campo. Além da operação do árbitro de vídeo, outro foco da intertemporada foi a busca pela “aproximação de critérios” entre os árbitros.
“Os clubes falaram muito na reunião (realizada na CBF há 13 dias) sobre critérios, de aproximação de critérios”, lembrou Seneme.
Temos de sair daqui com a mentalidade nos árbitros de que eles têm que aproximar critérios.
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