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Demora para anunciar treinador pode ser crucial para o Ceará no Brasileirão

Foto: Divulgação / Ceará SC

Há nove dias sem um novo treinador, o Ceará segue na busca por um novo comandante. O nome da vez é Lucho González, jogador que se aposentou no ano passado e desde então vinha sendo auxiliar técnico no Athletico-PR, equipe onde é ídolo e encerrou sua trajetória nos campos. Desde a saída de Marquinhos Santos, no dia 14 deste mês, o time vem sendo comandado por Juca Antonello, auxiliar permanente do clube. E esta demora em anunciar um novo nome pode atrapalhar os planos do Vovô no Brasileirão.

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Após várias negativas durante este período e uma longa demora da diretoria em anunciar alguém para estar à frente do elenco no restante da temporada, ao que tudo indica o Alvinegro de Porangabuçu está bem perto de fechar com seu novo treinador. Mas, enquanto isso não se confirma, a situação do clube na Série A vai se tornando mais perigosa. Depois de ter tido uma situação bem mais confortável na tabela e ficado 10 pontos de distância da zona de rebaixamento, o Vovô agora só tem três acima do Avaí-SC, primeiro dentro do Z-4, e é o 15º colocado com 26.

No Brasileirão, o time não sabe o que é vencer desde a 18ª rodada, quando ganhou do próprio Leão da Ilha, dentro da Arena Castelão, por 1 a 0. Desde então, já são cinco jogos e nenhum triunfo. Nessas partidas, foram três derrotas (Juventude-RS, Palmeiras e Fortaleza) e dois empates (Botafogo e RB Bragantino). De 15 pontos possíveis, apenas dois foram somados, tendo apenas 13% de aproveitamento. Também é preciso lembrar que no segundo turno da competição o Ceará ainda não venceu ninguém e tem uma das piores campanhas.

Outro fator importante para esse atual declínio que o time vem sofrendo no certame brasileiro foi a demora na saída de Marquinhos Santos (ou o erro de sua contratação) que nunca demonstrou ter estado à altura de apresentar um trabalho do nível que vinha sendo feito anteriormente com Dorival Júnior, que abandonou o barco para assinar com o Flamengo. Pressionado desde sua chegada, Marquinhos tinha o costume de demorar em substituições e, muitas vezes, até fazer uma boa leitura de jogo, mas não conseguia colocar em ações no momento de aplicar alteração entre um atleta e outro no decorrer da partida e, sob seus comandos, o time era bastante irregular nos desempenhos.

O atual momento em que a equipe se encontra tem gerado impaciência do torcedor e, desde a semana passada, o clima anda muito tenso. A torcida organizada realizou alguns protestos. Na sexta (19), alguns integrantes da Cearamor, principal organizada do clube, foi até à sede, em Porangabuçu, para conversar com os atletas. Mas, como não tiveram sucesso, logo depois receberam Vina, Luiz Otávio e João Ricardo na própria sede da torcida e fizeram reclamações e exigências. Na manhã do dia seguinte, no sábado (20), novamente um novo protesto. De forma pacífica, um grupo maior teve acesso ao Vovozão, local de treinamento dos jogadores, e desabafaram sobre a insatisfação da postura do time. Nenhum integrante da diretoria esteve presente nessas ambas situações. Na última segunda (22), após o Ceará ter sofrido empate no último minuto diante no RB Bragantino, os torcedores se reuniram no Aeroporto Internacional Pinto Martins para protestar na chegada da delegação à capital cearense, mas foram “driblados”. Isso porque apenas alguns seguranças desembarcaram pelo portão principal. Atletas e demais funcionários saíram por um outro portão para evitar os alvinegros ali presentes.

Caso confirmada ainda nesta terça a contratação de Lucho para ser o novo comandante alvinegro e contando que ele já esteja na capital cearense a partir da próxima quarta (24), serão apenas dois dias de trabalhos para conhecer o elenco, as características dos atletas e já ir para o jogo de sábado (27), que será justamente contra o Athletico-PR, seu ex-clube e onde vinha realizando serviços como auxiliar. E, se não vencer, o time igualará os seis jogos que ficou sem vencer no primeiro turno. O lado positivo é que o clube terá outras semanas “livres”, já que terá jogos apenas nos fins de semana, para que o novo técnica possa trabalhar, passar confiança e se adaptar ao grupo e os atletas ao seu estilo.

Vale ressaltar, inclusive, que o possível acerto com o argentino é uma grande aposta. Isso porque o ex-meia se aposentou no ano passado e aproveitou este período para realizar curso de técnico na Argentina e para tirar a Licença Pro que é exigida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para ser treinador de uma equipe profissional.

Faltando 15 rodadas restantes para o fim da Série A do Brasileirão, o treinador que chegar, seja Lucho González ou não, vem pressionado para dar bons resultados de forma imediata. Não por questão de “orgulho” da torcida, mas por motivo de necessidade extrema para permanência do clube na elite do futebol brasileiro.