Meu Vozão Ceará Sporting Club
João Paulo Silva, presidente do Ceará.
Foto: Os nordestinos pelo mundo

“Até se estressou comigo”; Diretor do Floresta revela detalhes de ação judicial contra o Ceará

A dívida do Ceará com o Floresta, referente ao valor que não foi repassado da venda do zagueiro Marcos Victor, é de aproximadamente R$1,8 milhão. Francisco Marcleuton, diretor financeiro do Verdão, revelou ao Globo Esporte CE detalhes destas questões. De acordo com o dirigente, o Vozão não pagou nada e o presidente João Paulo Silva teria se estressado com ele pelas cobranças feitas.

Em 2021, o zagueiro chegou ao time Sub-20 do Alvinegro por empréstimo do Lobo. Com boas atuações na base, o jovem ascendeu ao time profissional e foi utilizado em partidas da Série A do Brasileirão 2022, sendo adquirido no meio daquele. Na compra, o Ceará adquiriu 60% de seus direitos econômicos e o Floresta permaneceu com 40%.

Com o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Alvinegro precisava “fazer caixa” e vendeu alguns atletas e, entre eles, estava Marcos Victor, que foi negociado com 700 mil, cerca de R$3,9 milhões na época. Desta valor, o Vozão deveria ter repassado a parte do Verdão, 40%.

Marcos Victor, ex-zagueiro do Ceará
Marcos Victor foi revelado profissionalmente pelo Ceará em 2022. Foto: João Moura / @eujmoura

Com a venda do jogador ao Esquadrão, o Ceará negociou com o Floresta o pagamento de seus direitos em duas parcelas. A primeira em 30 de janeiro do ano passado e outra em 30 de janeiro deste ano. Porém, de acordo com a diretoria do Lobo da Vila Manoel Sátiro, esses pagamentos não foram feitos.

“A gente vendeu e foi feito contrato para a gente receber uma parcela em 30 de janeiro de 2023 e outra em janeiro de 2024. Não foi pago nada. O Bahia pagou, mas não foi repassado. No dia 30 de janeiro de 2023, ele pediu prazo e disse que pagaria juros, mas chegou o prazo e ele não pagou”, contou Marcleuton ao portal GE.

O dirigente do Verdão ainda revelou que o presidente alvinegro, João Paulo Silva, prometeu realizar o pagamento várias vezes e até se estressou com ele, diretor financeiro do Floresta, pelas cobranças que estava sendo feitas.

“Marcou várias vezes e não pagou. Ele (presidente do Ceará) até se estressou comigo. Mandamos advogado e ele só prometeu. Fomos orientados a entrar judicialmente. Já vai vencer a segunda parcela. Cerca de R$ 1,8 milhão, já com juros. Tivemos toda a boa vontade de esperar, não quisemos receber os juros a princípio. Agora vai ter pagar juros, multa e custas processuais”, finalizou.

A segunda parcela do repasse das verbas do Floresta, referente à venda do zagueiro Marcos Victor, vence no dia 30 de janeiro, na próxima terça-feira, penúltimo dia deste mês.

CEARÁ OPTA PELO SILÊNCIO

Oficialmente, o Alvinegro tem optado pelo silêncio até aqui. O diretor jurídico, Dr. Frederico Bandeira, afirma que o clube só vai se pronunciar quando for notificado sobre os processos.

“Apenas dizer que ainda não fomos citados. Que quando recebermos as citações iniciais nos posicionaremos oficialmente”, disse o dirigente alvinegro ao GE.

Vale ressaltar que, além do Floresta, os atacante Chrystian Barletta e Zé Roberto também acionaram o clube judicialmente fazendo cobranças de dívidas. Ambos têm contrato com o clube.

Chyrstian Barletta, atacante do Ceará
Foto: Felipe Santos / Ceará SC