Há poucos meses o Ceará iniciou a integração aos esportes olímpicos. Vôlei de quadra e praia já estão em competições, tanto no masculino como também no feminino. Mas, com a chegada de um novo projeto, dúvidas surgem e boatos são levantados. O Meu Vozão conversou com exclusividade com Andrade Neto, coordenador de esportes olímpicos do Ceará, e ele revelou de onde vêm os valores para investir nas modalidades. Segundo o dirigente, não foi tirado nenhum valor do futebol profissional para repassar para os outros esportes.
O Vozão passou a integrar o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), que trabalha com incentivo às modalidades olímpicas. O clube paga um valor mensal para fazer parte deste grupo e partir de seis meses passa a receber passagens para que até cinco equipes sejam inscritas. Até o momento o Alvinegro inscreveu vôlei de quadra masculino e feminino, vôlei de praia masculino e feminino e, para fechar a quinta “vaga”, vai cadastrar também o basquete, que até o fim do ano terá sua comissão oficialmente anunciada pelo clube.
Mas, com o crescimento dessas equipes, também surgem dúvidas por parte da torcida de onde sai dinheiro para arcar com as despesas. Em conversa exclusiva com o Meu Vozão, o coordenador de esportes olímpicos, Andrade Neto, disse que essas modalidades se mantém com “as próprias pernas” e que têm receitas próprias vindas de seus próprios patrocinadores, além de investimentos feitos por alguns membros do Conselho Deliberativo e também apoio de empresas.
O dirigente fez que de rechaçar qualquer teoria de que essas modalidades poderiam ter repasse financeiro do futebol masculino profissional.
“Não tirou (receitas) do futebol masculino profissional para os esportes olímpicos. Todos os valores nas equipes olímpicas são de apoiadores iniciais, patrocinadores, conselheiros, empresas”, contou Andrade Neto.
Ainda segundo o dirigente, a entrada do Alvinegro neste mercado é para que seja mais uma marca do clube sendo divulgada e valorizada e, tendo como consequência, a potencialização do clube de maneira nacional.
“O projeto caminha com suas pernas próprias. Nossa ideia inicial sempre foi que não é objetivo tirar investimento do futebol pra cá. A criação dos esportes olímpicos é para potencializar o clube e o Ceará tem capacidade para isso”, afirmou o coordenador.
ENTENDA A PARCERIA ENTRE ESPORTES OLÍMPICOS DO CEARÁ E CBC
Da mesma forma que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) é responsável por fechar parcerias com equipes de futebol e fazer repasses de receitas, o CBC é quem faz isso quando se trata de equipes olímpicas. Essa divisão acontece de maneira meritocrática.
Em junho desde ano, Ceará se inscreveu para ser parte dos clubes que integram o CBC, paga um valor mensal para seguir fazer parte e cadastra quais equipes quer que receba os benefícios. Vale ressaltar que o clube pode ter quantas modalidades olímpicas quiser, mas somente até cinco poderão fazer parte do grupo de beneficiados.
Quando completar seis meses, os primeiros investimentos do CBC são os pagamentos de passagens para essas modalidades inscritas. No caso do Vozão, são quatro até aqui: vôlei de quadra (masculino e feminino) e vôlei de praia (masculino e feminino). A quinta ficará com o basquete, que logo será oficializado.
Ao completar um ano no programa, o clube vai receber um valor para comprar materiais esportivos. Esse valor inicialmente é de R$100 mil. E quando completar dois anos, passa a ganhar receitas para contratação de profissionais e para investimentos estruturais voltados às modalidades olímpicas.
Ou seja, em junho de 2025 o Alvinegro passará a receber cotas do CBC para maiores investimentos nos profissionais – técnicos, atletas, membros de departamento médico e etc – e também para obras de infraestruturas.
O ciclo olímpico dura quatro anos. Assim, como ainda está no início de seu projeto, o Vozão tem um grande objetivo: ser o grande captador do Estado em dois ciclos (oito anos) de contrato com o CBC. Atualmente, esta marca é do BNB Clube. O Flamengo-RJ, por exemplo, recebe cerca de R$60 milhões por ciclo.
Todos investimentos feitos são publicados no portal de transparência da CBC para que os torcedores possam acompanhar os valores que os clubes recebem.
A divisão de valores é feita de maneira meritocrática. Ou seja, quanto melhor for o desempenho do clube nas disputas e quanto mais sediar competições, mais vai somar pontos e mais irá arrecadar.
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