Mesmo com oito equipes já tendo aderido a nova a Libra (Liga Brasileira de Futebol) o assunto vem gerando muita polêmica. Para que realmente se concretize a criação da mesma, todos os 40 clubes das principais divisões precisam entram em acordo, algo que aparentemente, ainda está longe de acontecer.

Nesta última sexta-feira (6), todos os clubes que não aderiram a Liga participaram de uma reunião. Logo depois do encontro, este novo grupo elaborou uma carta para demonstrar repúdio aos termos propostos. O quesito que mais incomodou estas agremiação foram os percentuais de divisão das receitas para aderirem à proposta feita pelos seis clubes paulistas (Red Bull Bragantino, Palmeiras, São Paulo, Santos, Corinthians) e mais o Flamengo.
Os dois primeiros clubes que publicaram o texto foram o Cuiabá e o Fortaleza, nas suas respectivas redes sociais. Pouco tempo depois, outras equipes tomaram a mesma atitude.
Todos os times que participaram da reunião desta sexta formularam a carta de contraproposta. Neste texto, é explicado que o motivo do encontro entre os representantes.
– Um dos vários assuntos levantados e também o mais relevante foi a divisão de receitas mais igualitária para que haja mais possibilidade de competir.
Os oito clubes que assinaram a criação da Libra concordaram com os seguintes termos:
- 40% repartidos de forma igualitária,
- 30% variável por performance
- 30% variável por engajamento e audiência.
Já o outro grupo, propõe um outro modo de divisão.
- 50% repartidos de forma igualitária
- 25% por performance
- 25% por engajamento
Outro critério que também vem gerando muito debate é o quesito do engajamento. Este tópico também é levantado na carta feita pelos clubes.
Confira a lista dos clubes que divulgaram tal carta:
- Athletico
- Atlético-GO
- Avaí
- Brusque
- Ceará
- Cuiabá
- Fluminense
- Fortaleza
- Náutico
- Operário-PR
- Sport
Veja a carta confeccionada pelos clubes na íntegra
CARTA: Clubes das séries A e B discutem contraproposta para criação da Liga
A maioria dos clubes de futebol integrantes das séries A e B do Campeonato Brasileiro segue em seu esforço pela criação da Liga de Clubes e, com esse objetivo, se reuniu na tarde desta sexta-feira para discutir os critérios que nortearão, em bases sustentáveis e justas, o equilíbrio de forças no futuro.
Entre os assuntos debatidos, o mais relevante foi a divisão de receitas de forma que contribua de fato para o aprimoramento da competição, tornando menos desiguais as condições de competitividade atuais.
Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem sucedidos este percentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premier League, por exemplo.
Não é aceitável que haja clubes ganhando 6 vezes mais do que outros, enquanto nas melhores Ligas do mundo essa diferença não ultrapassa 3,5 vezes.
Outro ponto a ser aprimorado é a adoção de premissas que não privilegiem pilares de difícil aferição, em especial ao que tange a engajamento. Tais critérios, na visão da maioria dos clubes que participaram da reunião, apenas perpetuam a posição de superioridade de alguns sobre outros, não dando a oportunidade de maior equilíbrio dos campeonatos.
A criação da Liga entre os 40 clubes será a oportunidade de se mudar efetivamente o futebol brasileiro e esse objetivo não pode se subordinar a interesses individuais de alguns, petrificados há décadas na superioridade de recursos. Sabemos que não seria justo buscar igualdade total de receitas, mas sim equanimidade e melhor distribuição.
O futebol brasileiro não avançará sem que haja um consenso entre os 40 clubes das séries A e B de que a justa distribuição de receitas gerará maiores oportunidades na disputa.
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