João Paulo Silva se posicionou oficialmente, através das redes sociais do Ceará, a respeito da investigação da Polícia Civil do qual é alvo. Em nota, o presidente do Vozão afirma ser alvo de perseguição política, diz que houve um vazamento ilegal dos dados do inquérito e nega ter emitido notas fiscais “frias”.

Na última quinta (19), a Folha de São Paulo publicou uma matéria em que afirma que o mandatário alvinegra está sendo alvo de inquérito policial por emissão de 85 notas fiscais frias entre abril e dezembro de 2023 no nome da Estrela Bet, ex-patrocinadora master do clube, totalizando o valor de R$45 milhões. Nesta sexta, o presidente do Ceará soltou uma nota e falou a respeito do assunto. Ele afirma não pode dar detalhes da situação, pois corre em segredo de justiça, “bate” que houve um vazamento ilegal dos dados da investigação com intuito de prejudicá-lo ainda no período de eleição.
João Paulo afirma que emitiu notas porque o fundo de investimento não aceitava apenas o contrato para que os recebíveis fossem antecipados e que, posteriormente, foram canceladas porque não tinha “nenhum efeito comercial ou fiscal“. Ele ainda assume que esta ação de cancelar as notas pode não ter sido o “procedimento adequado“, mas que não houve ninguém com prejuízos o ganhos.
Ele ainda ressalta que as prestações de contas da temporada 2023 foram discutidas e aprovadas pelo Conselho Deliberativo do Ceará. João Paulo Silva finalizou a nota afirmando ser uma pessoa íntegra e reiterando que seu compromisso de fazer o seu máximo para que o Alvinegro faça uma boa Série A em 2025.

LEIA NA ÍNTEGRA NOTA DO PRESIDENTE DO CEARÁ
“Por meio desta nota, venho informá-los que há pouco tempo tomei conhecimento, por um repórter, do andamento de um inquérito policial que investiga uma suposta irregularidade no Ceará Sporting Club; tudo por conta de um vazamento criminoso de dados que foi levado indevidamente à imprensa.
Não posso falar das questões do processo da forma como eu queria, pois fui impedido pelo Jurídico por se tratar de um procedimento sigiloso, no entanto, afirmo que o nosso corpo jurídico competente teve acesso, há poucos dias, ao conteúdo do processo e tomará todas as medidas cabíveis para provar que tudo isso não passa de perseguição política, e buscará também todos os caminhos para descobrir de onde partiram esses vazamentos ilegais, os quais, inclusive, já estão sendo investigados.
O que se teve conhecimento até agora é de que esse vazamento era planejado para o dia das eleições do clube, com a finalidade de interferir diretamente no resultado. Porém, acerca da matéria veiculada, que aponta equivocadamente a utilização de um contrato com um ex-patrocinador para emissão de notas fiscais “frias” no ano de 2023 com o intuito de servirem como lastro em operações de crédito, buscarei ser sucinto e didático.
Não foram emitidas notas fiscais “frias”, como equivocadamente diz a reportagem, e sim notas fiscais do clube que representavam os efetivos recebíveis pelo referido patrocínio, conforme contrato assinado entre as partes.
As notas fiscais foram emitidas porque o fundo (FIDC) não aceitava somente o contrato assinado para antecipar os recebíveis; exigia que fossem apresentadas as notas fiscais do valor do contrato. Somente por esse motivo elas foram emitidas. Nem mesmo o patrocinador solicita notas fiscais, além do que o clube goza de imunidade tributária.
Em face da desnecessidade tributária de emitir as notas fiscais, como dito anteriormente que somos imunes, resolvemos cancelá-las pois não teria nenhum efeito comercial ou fiscal. Talvez o cancelamento das notas fiscais não tenha sido o procedimento adequado. Porém ninguém teve qualquer prejuízo ou ganho em face desse cancelamento. A emissão dessas notas fiscais e o seu cancelamento não interferiu no pronto pagamento dos empréstimos junto aos fundos e nem trouxe qualquer prejuízo para o clube, pois o patrocinador foi substituído por outro de valor superior.
Todas as operações tinham meu AVAL PESSOAL como garantia, demonstrando que as operações foram feitas com responsabilidade e segurança. É comum no mercado do futebol nacional, os clubes operarem com empresas de crédito fazendo antecipação de recebíveis, que nada mais é do que empréstimos que são quitados com os valores recebidos pelo clube ao longo da temporada. Frise-se que não há obrigatoriedade para emissão de notas fiscais para os contratos de patrocinadores, sendo uma mera liberalidade do clube.
Por fim, importante frisar que esse assunto foi amplamente discutido em reunião do Conselho Deliberativo do clube e que concluiu-se pela aprovação dos atos de minha gestão e da prestação de contas de 2023. Não existe nada de irregular! Já visitei pessoalmente todas as autoridades, e deixei todos os meus contatos à disposição para quaisquer esclarecimentos. Sempre estarei à disposição da justiça. Sou uma pessoa séria e honesta.
Reitero meu compromisso incessante de fazer tudo que estiver ao meu alcance para manter o Ceará Sporting Club disputando em alto nível na Série A.
João Paulo Silva, Presidente do Ceará Sporting Club.”
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