Meu Vozão Ceará Sporting Club

‘Rei do Rebaixamento’ afirma ter atuado na queda de mais de 40 clubes e revela: “Engano o presidente”

William Rogatto, rei do rebaixamento
Foto: Lucas Magalhães / GE

O empresário William Rogatto participou de sessão no Senado e fez revelações bombásticas na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas. Na última terça-feira (8), o rapaz, conhecimento como “Rei do Rebaixamento“, confessou que atuou no descenso de mais de 40 clubes do futebol brasileiro, que engana presidentes das instituições desportivas e que faturou R$300 milhões nos esquemas.

William Rogatto, o “rei do rebaixamento”. Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado

Segundo o agente, ele pagava um valor a alguns mandatários de clubes para colocar determinados jogadores em campo e isso o beneficiava com os rebaixamentos dessas equipes. Ele também chegou a revelar que enganava presidentes de determinados times, sem citar nomes, e que alguns o apoiavam a manipulação.

“Basicamente, eu engano o presidente do clube. Vou pagar ele para colocar os meus atletas. Aquele time vai perder, ele vai me beneficiar nas minhas apostas. Alguns presidentes sabiam e aceitavam. Eu rebaixei 42 clubes no Brasil. Só posso ganhar dinheiro com eles caindo. Peguei dinheiro demais com os caras. (…) Eu tinha meus jogadores, meus atletas e entrava nos clubes, enganava alguns presidentes e alguns compactuavam comigo”, contou Rogatto.

William Rogatto
William Rogatto, apelidado como “Rei do Rebaixamento”. Foto: Arquivo pessoal

“REI DO REBAIXAMENTO” AFIRMA QUE ÁRBITROS TAMBÉM ESTÃO ENVOLVIDOS

Réu confesso, ele afirmou ter atuado no rebaixamento do Santa Maria-DF e ainda contou que árbitros também estão diretamente envolvidos no esquema. Segundo Rogatto, ele pagava R$50 mil para que profissionais da arbitragem.

“Um árbitro, hoje, ganha em torno de R$7 mil por jogo. Eu pagava R$50 mil para ele. (…) O gatilho do futebol está na máfia. Qual é a máfia? Da federação, da CBF. Os caras não repassam para os clubes e eles dependem dos clubes, mas, como não tem esse repasse… Você acha que um árbitro hoje, com a responsabilidade que tem, ganhar R$6 mil? Aí é claro que vou chegar nele e falar ‘marca um pênalti e dá um cartão pra fulano de tal e eu vou te dar R$50 mil’. Ele vai olhar pra um lado e pro outro e dizer ‘põe o dinheiro no meu bolso’. Desculpa, mas é tão simples, a matemática é tão perfeita que não ver quem não quer. É tão escancarado o que está acontecendo hoje… Como o sistema nunca faz nada, deixa rolar, é dinheiro”, finalizou William Pereira Rogatto.

CPI da Manipulação de Jogos, arbitragem
Foto: Reprodução