O Ceará entrou no ano de 2024 com dois objetivos principais: o primeiro de conquistar o título do Campeonato Cearense e, consequentemente, evitar o hexa campeonato do maior rival, além de também retornar à Série A do Brasileirão. Foi difícil. Um ano que já começou com uma pressão altíssima por conta desses objetivos e vindo de um ano em que o Vozão sequer fez força para competir na Série B e obviamente com a torcida cobrando em peso diretoria e atletas.
Em 2022 e 2023, com exceção do título da Copa do Nordeste, foram anos para esquecer. Pouca coisa ou quase nada dá para se aproveitar deste período. O hino do Ceará é uma das coisas mais identitárias que já vi no futebol, reflete perfeitamente a cultura do clube e da sua torcida, bem como de alguns elencos que ficaram para a história da instituição, como esse de 2024.
O “tua glória é lutar” nunca foi tão bem representado como neste ano. Um elenco que parecia desacreditado, até mesmo por alguns torcedores, fez de uma temporada que tinha tudo para ser frustrante uma das melhores da história recente do clube, coroando com um acesso que veio da maneira mais difícil possível.
O Ceará passou apenas quatro rodadas no G-4, sendo que dessas quatro três foram nas rodadas 36, 37 e 38 da competição. Um recorde que dificilmente será batido. Um time nunca havia conseguido subir para a elite do futebol brasileiro com tão pouco tempo de G-4, eu mesmo costumo dizer que o que importa é estar lá ao final da competição, como foi o que aconteceu.
Com Vagner Mancini no comando, foram vários tropeços e sempre nos trazia aquela sensação de que o time era bom, mas podia ser melhor, que fazia muitos gols, mas cedia na mesma proporção. Faltava aquele “algo mais”, faltava mais ambição. Depois de um primeiro turno morno, com o Vovô ficando em 8° lugar com 29 pontos conquistados, sendo que dessas 19 rodadas Léo Condé só esteve presente em cinco, o Alvinegro precisaria engatar um segundo turno com aproveitamento de campeão…e foi o que aconteceu.
O Ceará encaixou uma escalação com mais consistência na defesa com a saída do Matheus Felipe, zagueiro muito contestado (e com razão) por boa parte da torcida e também com uma menor utilização do De Lucca, que sumia muito dos jogos, João Pedro Tchoca e Richardson surgiram como as peças que faltava para o time engrenar, além da mudança de posição do Lucas Mugni que voltou a ser um “camisa 10”, fato que ajudou o maestro argentino a ter o ano com maior número de assistências de toda a sua carreira (10).
É impossível não lembrar do Saulo Mineiro também nessa campanha do returno, o atacante alvinegro conseguiu marcar seis gols, além de dar quatro assistências, ajudando o Ceará a ter a segunda melhor campanha do segundo turno, com um aproveitamento de campeão como era necessário e culminando num acesso extremamente difícil, mas que foi lindo de se ver. E a nossa torcida, hein? Foi um show por jogo, o Brasil inteiro falou durante toda a campanha na B sobre o quanto a torcida do Ceará é diferenciada, sobre como apoia, canta, faz loucuras pelo clube.
E a influência da torcida é também medida nos números, em casa, o Ceará foi quase imbatível, teve apenas duas derrotas, uma para o Santos-SP e outra para o Mirassol, ambas na conta da arbitragem, foram jogos em que o Vozão foi extremamente prejudicado e com interferência direta da arbitragem no placar final, ao todo foram 19 jogos, com 14 vitórias, três empates e duas derrotas.
Agora a missão do ano que vem é mais difícil, manter o time na Série A e ir em busca de todos os títulos possíveis, porém claramente vejo que o foco deve ser sempre a competição mais longa e que tem um peso maior nos cofres do clube, mas a verdade é que se torcida, diretoria e atletas se unirem, o Ceará será ainda mais imbatível do que foi esse ano, podem acreditar!
A opinião de um artigo assinado não reflete necessariamente a opinião do site, é o ponto de vista exclusivo do autor que elaborou o artigo.
Veja mais notícias do Ceará, acompanhe os jogos, resultados e classificação além da história e títulos do Ceará Sporting Club.