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Ex-presidente do Ceará põe parcela de culpa sobre torcida por fracasso em 2022

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Foto: Divulgação / Ceará SC

Campeão da Copa do Nordeste em 2023, o Ceará viveu sob fracasso no ano passado. Eliminado em quatro competições e rebaixado em uma, o ex-presidente Robinson de Castro deu entrevista à Rádio O Povo/CBN, neste sábado (6), e pôs parcela da culpa sobre a torcida pelas campanhas frustrantes.

Eliminado no Campeonato Cearense, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Sul-Americana, todos em fases de mata-mata, e rebaixamento na Série A do Brasileirão, a temporada 2022 foi recheada de coisas negativas para o Alvinegro de Porangabuçu. Sem condições de manter-se à frente do clube devido tanta pressão, por parte de adversários e também dos aliados, Robinson de Castro renunciou ao cargo em fevereiro.

Neste sábado (6), o advogado falou pela primeira vez desde que saiu do Vozão e deu opiniões polêmicas. Para o ex-mandatário, houve uma certa “blindagem” por parte de torcedores sobre o elenco e, por causa disso, os jogadores se sentiam com liberdade da maneira que bem queriam, inclusive com indisciplinas. Ele ainda acredita que a pressão da torcida possa ter prejudicado o time na reta final na Série A do Brasileirão.

“Existia, de certa forma, uma proteção da torcida com o elenco e tudo que acontecia era culpa da diretoria e, com isso, os jogadores ficavam à vontade. A cobrança vinha pra cima da gente. Não se cobrava os atletas e sim os gestores. Então ficamos um pouco sem essa ajuda, sem esse apoio e acabamos sofrendo essas coisas, que prejudicaram o clube. Na minha visão, a gente poderia ter tido um ano ruim, mas permanecido na Série A se tivéssemos, nas últimas rodadas, um pouco mais de paz, tranquilidade e apoio”, disse Robinson de Castro.

O elenco de 2022 foi o de maior investimento financeiro em toda história do Ceará. Porém, em contra-partida, também havia muitos atletas com ego “inflamado”.

Devido às atitudes cometidas fora de campo que atrapalham dentro, Robinson revelou ter feito pelo menos 15 reuniões com o elenco para cobrar disciplina e compromisso.

“O ano realmente foi muito ruim. Eu acho que a gente tinha um elenco excelente, mas não houve, da parte do elenco como um todo, a fome, o desejo e o cuidado com o clube. Foi o ano que eu fiz mais cobranças, eu mesmo me reuni com esse elenco, de forma dura, pelo menos 15 vezes. Quando chega ao ponto do presidente fazer 15 reuniões com o elenco, é porque nem executivo, dirigente e treinador vai conseguir exigir esse compromisso do elenco”, disse.

PEDIDO DA TORCIDA DO CEARÁ?

Segundo Robinson de Castro, algumas de suas ações enquanto presidente foram guiadas pelo desejo da torcida. Uma delas teria sido a contratação do treinador Marquinhos Santos, que foi contratado para assumir o cargo deixado por Dorival Júnior, que havia acertado sua ida ao Flamengo-RJ.

Na época, a diretoria estava negociando o retorno de Enderson Moreira, atualmente no Sport, e ao cair no conhecimento da torcida, as redes sociais logo foram tomadas por mensagens negativas e manifestações de torcedores contra a vinda do técnico.

Assim, as conversas encerraram e Robinson de Castro contratou Marquinhos Santos. De acordo com o que foi dito pelo ex-presidente, a escolha pelo profissional teria sido a pedido da torcida.

Com o treinador, o time teve um péssimo aproveitamento e seu período à frente da comissão técnica do Alvinegro foi curto.

“Infelizmente o Dorival saiu, uma troca que a gente não desejou. E dali pra frente ficou tudo mais difícil. Repor treinador não é uma coisa fácil. Marquinhos Santos quando veio, eu atendi uma campanha da torcida para trazer o Marquinhos. A torcida fez uma campanha em rede social para trazer o Marquinhos. Eu iria trazer o Enderson, mas aqui é injustiçado, pegaram no pé dele. Então trouxe o que a torcida quer. Aí acontece, quando você traz o que o torcedor quer e não dá certo, você ainda apanha e ficam te questionando”, finalizou.

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Marquinhos Santos, ex-treinador do Ceará. Foto: Thiago Gadelha/SVM