OPINIÃO | Qual o DNA do Ceará?

Qual o DNA do Ceará? Há muitos clubes no mundo que possuem uma forma de ser, de encarar o futebol, forma inclusive que a torcida reconhece o time em campo e que também, pelo contrário, repudia se se desvia dele. Em uma entrevista descontraída em um podcast, que não me recordo o nome, o ex-treinador de futebol Muricy Ramalho disse que há dois times no Brasil. Os quais a torcida não admite jogo defensivo – são eles Flamengo e Santos – e, com isso, se qualquer treinador ou diretoria quiser triunfar nessas equipes será necessário ter isso em mente.

Não é fortuito que nesse ano de 2024, tanto o Santos-SP quanto o Flamengo-RJ demitiram seus treinadores, a fim de mudar a maneira de jogar, por conta da bronca da torcida. A pergunta que me faço é a seguinte: teria o Ceará um DNA próprio, uma marca, a qual podemos identificar como sendo dele e que também a torcida reconheça quando o time entra em campo? Atrevo-me a dizer que sim; precisamente, nossa marca está escrita em nosso hino: a glória de lutar. Mas, não é uma luta qualquer que lutamos e, sim, a luta contra o improvável.

Quanto mais improvável é algo para o Ceará, mais a torcida acredita; apesar das confianças, a fé no triunfo final sempre está em nosso horizonte. A vitória contra o América MG com público recorde, festa inigualável da torcida, sofrimento incrível com um placar apertado é o início da coroação de mais um feito improvável que poderá se concretizar no próximo domingo (24).

Tal como as campanhas contra o rebaixamento de 2015 na Série B e de 2018 na Série A, a nossa campanha atual é digna dessas anteriores. Quando perdemos para a Ponte Preta-SP, em Campinas-SP, ainda no primeiro turno da Série B deste ano, tudo parecia perdido e todos imaginávamos que o acesso seria algo que não viria. Talvez, tínhamos pagado um preço alto demais pelo título do Campeonato Cearense.

CEARÁ, TUA GLÓRIA É LUTAR!

No entanto, estamos a uma vitória ou empate de outra vez figurarmos na elite do futebol brasileiro.
Nosso DNA é de raça, de nunca abandonar, de triunfos improváveis, de campanhas históricas, de busca por resultados que parecem perdidos e, mais importante, de luta até o final. Ainda falta um jogo contra o Guarani de Campinas já rebaixado, o que faz torcida desconfiar. Mas, nunca abandonar, pois ao Ceará não resta outra coisa, senão lutar.