OPINIÃO | Felicidade no Ceará é efêmera

O título da Copa do Nordeste veio para o Ceará, é verdade. Com mais sofrimento do que o necessário? Também é verdade. O grande ponto é : essa conquista foi resultado de um trabalho bem feito ou de um bom momento dos atletas? Um planejamento quando é feito de maneira cuidadosa garante sucesso, em qualquer área profissional ou até mesmo fora dela.

Com tantas turbulências nos bastidores do Ceará, só me vem à cabeça que esse título foi conquistado com base na ótima fase que alguns dos nossos jogadores viveram nesses primeiros quatro meses do ano.

O início da Série B do Campeonato Brasileiro foi muito pior do que qualquer prognóstico feito não só por nós, torcedores, mas até mesmo por quem sequer conhece o dia a dia do Ceará. Na imprensa, como um todo, vários apontavam o alvinegro como o grande favorito do certame.

Porém, a desorganização do calendário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) acabou afetando o Ceará. Tivemos que jogar uma partida importantíssima, como a final da Copa do Nordeste em Recife-PE, com a Série B já em andamento. E é óbvio que isso afetou o desempenho do time, principalmente diante de Ituano-SP e Guarani-SP, nas duas primeiras rodadas.

Quem vive o futebol sabe que a parte psicológica normalmente ganha jogos, mas ir ao campo jogar um jogo de Série B pensando num possível título de Copa do Nordeste é assinar um atestado de derrota.

Não obstante tudo isso, o Vozão conseguiu a proeza de demitir seu treinador, que venceu o rival três vezes seguidas, quase impediu um Pentacampeonato do rival e levou o time ao terceiro título nordestino.

Além de todos esses ingredientes trouxe Eduardo Barroca, que na sua carreira tem mais derrotas ou empates do que vitórias, numa competição em que precisamos vencer basicamente vinte dos trinta e oito jogos, certamente um tiro no escuro da diretoria e que vai nos custar um bom tempo e uma boa quantidade de pontos.

Gustavo Morínigo treinará o Avaí-SC, concorrente do Vovô na Segundona. Ou seja, o Ceará ainda conseguiu reforçar um rival, mesmo que de maneira indireta.

No meio de todo esse vendaval fica o torcedor, vendo o time maltratar a bola, perder jogos de maneira vexatória e ganhar sofrendo muito, sem ter um controle do jogo ou firmeza em suas ações.

O torcedor espera que o time suba para a Série A novamente, mas teme que o novo presidente, João Paulo Silva, cometa os mesmos erros que o seu antecessor e infelizmente, pelo que vimos até aqui, mesmo com a conquista da Copa do Nordeste, fazer escolhas certas e decisões com base em algo concreto não tem sido o forte dessa diretoria.