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Torcida do Ceará, CBF
Foto: Divulgação / Ceará SC

CBF acerta parceria com Ministério da Justiça por projeto que visa gerar segurança nos estádios

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) fechou uma parceria com os ministérios da Justiça e da Segurança Pública e do Esporte (MJSP) para um planejamento que visa levar mais segurança aos estádios do futebol brasileiro. O projeto se chama Estádio Seguro.

Com casos de vandalismos em brigas de torcidas organizadas, muitos torcedores estão afastados dos estádios por não se sentirem em segurança. Com o intuito de resgatar a imagem de que estádio é um ambiente familiar e de lazer, a CBF assinou um acordo, nesta quarta (20), com os ministérios para a criação do plano Estádio Seguro.

A ideia visa utilização de tecnologia para que seja possível identificar torcedores com medidas de restrições ou até medidas penais, como mandados de prisão em aberto, afastamento dos estádios e pessoas que estão desaparecidas.

Para adquirir o ingresso ou ser sócio, o torcedor precisa de um cadastro e com as catracas inteligentes nas entradas dos estádios ou arenas, a pessoa tem seus dados identificados e a segurança é acionada caso seja identificado alguém que esteja sob alguma restrição da Justiça. Além disso, a catraca é bloqueada impedindo a entrada daquele torcedor.

Torcida do Ceará
CBF fecha acordo com Governo Federal para projeto de levar mais segurança aos estádios do futebol brasileiro. Foto: Kid Júnior / SVM

Outra mudança também é ao que se trata de ingresso. Apenas um bilhete poderá ser comprado por CPF e aquele ingresso com CPF inválido será barrado na entrada do estádio.

Desde o fim de 2022 essas catracas inteligentes vêm sendo utilizados no estádio Maracanã como testes. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, comemora o avanço da tecnologia e como ela pode andar de “mãos dadas” com o futebol, em prol de mais segurança e um ambiente sem violência.

Além disso, ele também vê o dispositivo como forma de ajudar a punir torcedores que cometem atos criminosos dentro das praças esportivas e também na luta contra o racismo no ambiente futebolístico.

“O instrumento de hoje pode ser utilizado por outras modalidades esportivas, o acordo para todo o mundo do esporte. Porque ele permite simplesmente o diálogo de sistemas, em que ingressos com CPF vão permitir a consulta da base de dados da segurança pública, na qual temos, por exemplo, mandados de prisão em aberto. Houve alguns testes que mostraram a eficácia desse sistema no cumprimento de mandados. Será possível também dar efetividade às sanções de afastamento de estádio, porque teremos uma base nacional que será consultada via sistemas e, com isso, quase que em tempo real, é possível identificar ameaças e melhorar a eficácias das polícias”, explicou Flávio Dino, ministro da Justiça.

Vale ressaltar que há interesse da CBF que clubes e federações participem deste projeto, mas não é algo que a entidade obrigue. O objetivo é que já possa ser utilizado ainda neste ano em partidas das séries A e B do Campeonato Brasileiro.