Em entrevista exclusiva à Rádio O Povo CBN, nesta quinta-feira (29), o gerente das categorias de base do Ceará, Alessandro Queiroz, falou a respeito da situação do atacante João Victor, que há poucos meses retornou de empréstimo ao futebol japonês.
A Cidade Vozão já revelou vários importantes atletas para o Ceará e um dos últimos que mais chamou atenção foi João Victor. Nascido em 2004, o jovem talento alvinegro despontou na base e logo foi levado ao time principal, quando ainda tinha 16 anos. Pouco tempo depois foi convocado para treinos da Seleção Brasileira Sub-17, juntamente com David Souza que hoje está no Internacional-RS.
Mas, com os assédios de outros clubes, inclusive do exterior, aumento de salário em três vezes e deixando de morar no centro de treinamento da base para morar num apartamento de classe média alta, as coisas mudaram. De acordo com Alessandro Queiroz, chamado por Sandro, o clube se precipitou em promovê-lo ao time “de cima” de maneira e o atleta também cometeu falhas em suas escolhas.
“Ele surgiu muito novo com 16 anos, em seguida teve uma convocação para a Seleção Brasileira. Achávamos – e vou me colocar no processo porque sou gerente da base – que estava surgindo um fenômeno e acho que foi conduzido muito apressadamente. E tem a questão do atleta em si, virou a cabeça muito rápido. Muito jovem. Ele ganha ‘X’ e de repente passa a ganhar ‘X+3’ e não soube conduzir esse processo de uma maneira que hoje ele tivesse um protagonismo maior”, iniciou o gerente.

Acreditando no potencial de seu atleta e buscando “recuperá-lo”, o Ceará o emprestou ao FC Osaka, do Japão. Ele passou alguns meses na equipe asiática e retornou há alguns meses ao Vozão, quando foi campeão do Cearense Sub-20 pelo Alvinegro.
“Ele foi ao Japão e a saída dele foi boa, pois o Japão é um país altamente disciplinador. Ele voltou, hoje mora no CT. Ele havia saído do CT, estava morando num apartamento. Hoje é um atleta mais disciplinado e ele tem o reconhecimento que pulou algumas etapas e que a culpa foi dele também. O clube, quando surge um jogador assim, dá uma condição a ele para desenvolver o futebol e dá retorno técnico e até financeiro. De repente aparece uma condição boa para o clube. Só que muitas dessas coisas foram por culpa do atleta. Ele reconhece isso e está num processo de reconstrução. Foi importante a saída dele e o retorno agora com a cabeça um pouco mais centrada”, finalizou.
Ao 19 anos, João Victor está uma fase de recomeço de sua história pessoal e profissional. O jovem atacante está entre os 30 relacionados do Vozão para disputar a Copinha 2024, que inicia em 2 de janeiro, na próxima terça-feira.
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