Torcedores do Ceará foram até o Ginásio Vozão, localizado na sede do clube, para acompanhar a semifinal entre o Alvinegro e Pires Ferreira, pela semifinal do Campeonato Cearense de Futsal, na manhã deste domingo (20). O Vovô venceu nas quadras e garantiu vitória que o classificou para a decisão, onde vai ter o Jijoca Futsal como adversário. Mas, nas arquibancadas houve momentos de tensão entre alguns torcedores alvinegros e seguranças do clube.
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Se na quadra deu tudo certo e a torcida alvinegra festejou a classificação para a final do Estadual da modalidade, na arquibancada a situação teve alguns momentos de tensão entre torcedores do Ceará e seguranças do clube. Isso aconteceu porque alguns torcedores participaram do “adesivaço” que houve do lado de fora da sede, nesta manhã, e logo após se dirigiram ao Ginásio Vozão, onde aconteceu o duelo cearense.
Mas, a reação dos seguranças do clube foi de ordenar que os adesivos que continham a frase “Fora Robinson”, em protesto ao presidente do Alvinegro, fossem retirados imediatamente das roupas dos torcedores. Caso contrário, seriam retirados do local. E, aqueles que optaram por manter o direito de manifestação foram expulsos de Carlos Alencar Pinto, sede do Ceará Sporting Club.
Buscando sempre deixar o leitor sabendo de detalhes, o Meu Vozão procurou conversar com pessoas que estiveram diretamente ligadas ao ocorrido. Dois alvinegros e uma alvinegra, que apenas utilizavam adesivos de protestos de forma pacífica, relataram o sentimento de censura. Mas, com medo de represálias, optaram por não terem seus nomes divulgados.
“Vou aos jogos do Ceará desde 1998 e me associei em 2010. Desde 2017 estou presente em todos os jogos aqui na capital e cheguei a viajar para fora, como a partida pela Sul-Americana na Argentina. Não xinguei ninguém, não fui desrespeitosa, até porque sei bem que o meu direito acaba quando começa o do outro. Mas fui retirada da sede do clube que amo apenas por estar usando um adesivo de protesto contra o presidente que, no meu entendimento, é o maior responsável pelo rebaixamento e pelo distanciamento do torcedor. Isso é uma ameaça à democracia do clube que tem como lema ‘Time do Povo’. É uma vergonha. O sentimento do torcedor é de frustração”, lamentou a alvinegra em conversa com nossa reportagem.
“Estávamos lá fora protestando e entregando os adesivos aos torcedores, que tentavam entrar para assistir o jogo do futsal, mas os seguranças não estavam deixando. Então colocamos o adesivo no bolso e colamos na blusa só quando sentamos na arquibancada. Havia um segurança com a farda do Ceará e outros dois seguranças, acredito que terceirizados, nos pressionando a tirar o adesivo”, disse o torcedor que preferiu não ter sua identidade revelada. “Meu sentimento é o pior possível. Ver uma pessoa que, na minha opinião, não torce pelo Ceará acabando com tudo aquilo que a gente mais ama, se blindando e só aparece para pedir algo à torcida e não oferece nada de bom”.
“Hoje foi feito uma manifestação do movimento ‘Fora Robinson’ e fomos lá para isso e também para vermos o Ceará se classificar para a final (do Cearense de futsal). Os seguranças viram os adesivos e disseram que não poderíamos entrar. Perguntei de quem se tratava a ordem e não responderam, apenas disseram que não poderíamos entrar. Eu estava com adesivo no bolso e coloquei na camisa quando entrei no ginásio. Poucos minutos depois, chegaram seguranças, que até foram educados, e pediram para retirarmos os adesivos. Eles disseram que estavam apenas fazendo o seu trabalho e eu respondi que estavam fazendo de maneira equivocada, pois é direito de manifestação de maneira que não seja violenta. Não quisemos entrar em atrito, mas foi censurado nosso direito. Não houve polícia, não houve nada. Meu sentimento, em particular, é de frustração, de tristeza. Fui sócio de 2009 à 2019. Nosso slogan de ‘Time do Povo’ deixou de existir. Entendemos que essa diretoria se apropriou do clube de forma indevida, que o Robinson de Castro se apropriou do clube. O Ceará Sporting Club não é uma instituição particular, é do torcedor. Fiquei estarrecido com a situação. Espero que essa diretoria tenha o mínimo de hombridade e entenda que 95% do torcedor alvinegro não quer mais eles ali. Não temos nada contra a pessoa Robinson de Castro, mas repúdio ao gestor”, contou o outro alvinegro que também preferiu manter seu nome em sigilo.
RESPOSTA DA DIRETORIA
O Meu Vozão entrou em contato com Robinson de Castro para saber o posicionamento do clube a respeito desta situação. No entanto, o mandatário afirmou que sequer ficou sabendo do ocorrido e que não foi a mando da diretoria a represália contra esses torcedores com adesivo de manifestações. Robinson ainda falou de protestos grandes que foram protagonizados na sede alvinegra e que isso nunca chegou a ocorrer.
“Não estava sabendo de nada. Eu acho isso pouco provável (a atitude dos seguranças). Já tiveram manifestações grandes, (torcedores) colocaram faixas e nunca houve nada disso”, disse o presidente do Ceará.
Veja abaixo vídeos do ocorrido entre manifestante e seguranças do Ceará.
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