Ceará tenta última ‘cartada’ no STJD para liberação de torcida geral

Punido devido problemas ocorridos em partida da Série A do Brasileirão de 2022, o Ceará ainda está sem poder contar com a presença da torcida no estádio. Entendendo que a penalização é exagerada, o setor jurídico do Vozão segue tentando amenizar o prejuízo. As tentativas são de que o Superior Tribunal da Justiça Desportiva (STJD) possa rever a pena.

O empate entre Vovô e Cuiabá-MT, pela 32ª rodada da Primeirona do ano passado, terminou no STJD. Por confronto entre torcedores organizados e policiais, o clube acabou pegando um “gancho” de oito partidas. Desses, quatro já foram cumpridos (dois no ano passado e dois nesse) e restam outros quatro. Porém, para o jogo deste sábado (13), será o último com público zero.

A partir da partida seguinte que o clube fizer em casa, vai estar permitido a presença de crianças até 12 anos de idade e mulheres sem ligação com organizadas. Porém, o Alvinegro continuará tendo prejuízo financeiro. Isso porque, mesmo tendo uma parcela da torcida presente, não haverá comercialização de ingressos nos últimos três jogos que o Vovô cumprirá sua pena.

Mas, tendo cerca de R$50 mil de prejuízo por partida pela falta de bilheteria, o setor jurídico está tentando sua última “cartada” no STJD. O Ceará quer fazer o órgão entender que a pena é exagerada porque o clube está sendo punido como se tivesse havido invasão das pessoas que estavam na arquibancada ao gramado. Porém, não foi isso.

Segundo consta na própria súmula da partida, que fica publicamente exposta no site oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o que houve foi uma evacuação. Foi iniciada uma briga no setor superior Norte da arquibancada da Arena Castelão e cadeiras começaram a ser arremessadas para o setor de baixo. Para que essas pessoas pudessem se proteger, a segurança do estádio abriu os portões para que os torcedores que estavam na inferior Norte.

PRESIDENTE DO CEARÁ FALA SOBRE SITUAÇÃO

Procurado pelo Meu Vozão, o presidente alvinegro João Paulo Silva afirmou que o clube segue tentando amenizar a situação e que o desejo é que, caso consiga, seja uma liberação não apenas parcial, mas englobando a permissão de toda torcida do Vozão.

“O que temos, de fato, é o deferimento dos seis últimos jogos (três de público zero e três com crianças e mulheres). A princípio, isso está mantido. Mas, estamos tentando reverter isso para a nossa torcida em geral. Estamos conversando com o STJD para tentar reduzir essa pena”, revelou o mandatário do Vozão.

Apesar de haver imagens que comprovem o que ocorreu, além da súmula da competição que detalha, o clube teme que não consiga a reversão da pena. Isso porque como atos de violência são coisas recorrentes no futebol brasileiro e o caso do Ceará aconteceu no mesmo dia em que torcedores do Sport-PE invadiram o gramado da Ilha do Retiro para agredir jogadores do Vasco, em jogo da Série B de 2022, a pena também está servindo como exemplo para os demais.

“Isso não é uma coisa tão simples. Até porque tem precedentes de outros clubes e se faz para um, faz para o outro. Até entendo como funciona, mas estamos tentando até porque as imagens são bem claras. Foi uma evacuação, não foi uma invasão. Havia crianças, idosos que estavam tentando fugir de alguns que estavam brigando. Acho que foi uma pena muito severa e de seis passou para oito”, lamentou.

Ao ser questionado pela reportagem do Meu Vozão se há alguma possibilidade do Vovô conseguir o efeito para que possa contar com presença de sua torcida já neste sábado (13), para duelo com o Tombense-MG, pela 6ª rodada da Série B, o mandatário alvinegro disse é improvável que aconteça.

“Existe. Pequena (chance), mas existe. Mas é muito difícil, muito pouco provável”, finalizou João Paulo Silva.