Existe uma máxima no futebol que é a seguinte: final não se joga, se ganha. E é com este espírito que o Ceará vai à Ilha do Retiro, na próxima quarta-feira (3), tentar quebrar um tabu histórico que o Sport-PE nunca perdeu finais regionais/nacionais disputadas no mítico estádio.
Para isso basta o alvinegro não sofrer nenhum gol, que já seria o suficiente para ficar com troféu. Entretanto, se tratando de Ceará, as coisas não são tão fáceis assim.
Desde o primeiro jogo da final, em 19 de abril, que o Vovô venceu por 2 a 1, muita coisa já aconteceu por Porangabuçu. Seja o acumular de duas derrotas na Série B do Campeonato Brasileiro, a demissão do ex-treinador Gustavo Morínigo ou a vitória contra ABC-RN, com o time já sendo dirigido pelo Eduardo Barroca.
O certo é que apesar do paraguaio ter 24 partidas com 14 vitórias, cinco empates e cinco derrotas e um aproveitamento de 65%, não foi o suficiente para continuar no cargo. Muito porque, tirando as três vitórias em Clássicos-Rei, o time não conseguiu ser protagonista em confrontos com equipes mais fracas. Segundo a diretoria do clube, o Ceará “precisa ser mais propositivo” e dominar as principais ações do jogo. E, tendo o elenco mais caro da Série B, avaliado em R$21 milhões, a produção é insignificante.
Por essa razão entra na história o “Mister Barroca”, segundo a torcida do Avaí-SC, que criou uma canção para ele, “é ofensivo e ganha jogo”. No primeiro teste com o potiguares, vimos um time com mais intensidade e com uma circulação de bola muito mais rápida. Entretanto, defensivamente foi um jogo terrível para o Alvinegro, com muitos erros individuais e coletivos dos jogadores deste setor.
Tudo o que não precisamos é sofrer gols na final e, para isso, o Ceará vai ter que “estancar esta sangria” na defesa, se quiser trazer o tricampeonato da Copa do Nordeste. Barroca já vai ter o seu maior enfrentamento logo na segunda partida dele. Foi uma descompensação que o paraguaio não conseguiu corrigir com quase seis meses de trabalho.
Do lado do Sport, o time jogou com reservas sua estreia na Série B e empatou sem gols com o Novorizontino-SP. O time pernambucano vive um bom cenário e passou para o próxima fase da Copa do Brasil. Os tropeços foram somente em jogos contra o Ceará, que foram as únicas derrotas até então. Uma na fase de grupos e outra no primeiro jogo da final, ambos pela disputa nordestina e em solo cearense.
Os pernambucanos querem fazer valer o mando de campo, comandados pelo experiente Vagner Love e o talentoso Luciano Juba. O rubro-negro precisa de uma vitória simples para levar para os pênaltis.
Já o nosso Ceará, com um empate leva o título mais importante do primeiro semestre, mas não o principal do ano. É consensual que o foco do Alvinegro de Porangabuçu é o acesso à elite do futebol brasileiro. Portanto, uma vitória enche o elenco de confiança do que este grupo ainda pode alcançar.
Mas, uma derrota não será tão doída se em novembro estivermos entre os quatro primeiros da Segundona do Ccampeonato Brasileiro. E, por esta razão, joga-se a principal partida de 2023, mas não a mais importante.
E você, torcedor do Ceará, trocaria o título da Copa do Nordeste pelo acesso de volta à Série A do Brasileirão?
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