A posição de atacante sempre tem sido uma das mais contestadas ao longo dos últimos anos no Ceará. Desde a saída de Arthur Cabral que essa posição tem encontrado dificuldades em firmar o seu dono, principalmente nos tempos da Série A do Brasileirão.
No inicio de 2023, o time se reforçou com alguns jogadores do setor, sendo Vitor Gabriel um jogador para ser um bom reserva para aquele que seria o 9 titular. Entretanto, a equipe demorou algum tempo e o camisa 63, que não tinha nada a perder, começou a temporada marcando muitos gols e sendo peça importante junto com Erick e Janderson nos primeiros meses do ano.
Até o anuncio de Nicolas, em abril, Vitor Gabriel levava seis gols na temporada e já era considerado um titular absoluto no esquema do ex-treinador Gustavo Morínigo. Mas, a Série B do Campeonato Brasileiro começou e, com isso, a má atuação contra o Guarani-SP foi o suficiente para a demissão do paraguaio e a contratação de Eduardo Barroca, esse muito contestado, visto que não conseguia nos primeiros jogos dar tanto volume ofensivo e, criando pouco, quem “paga o pato” é o atacante.
Barroca resolveu “sacar” o Vitor Gabriel para dar espaço a Nicolas. Lembrando que a primeira vitória de Barroca foi contra o ABC-RN, com menos de uma semana de trabalho, e numa noite inspirada do camisa 63.
O que acontece é que desde a 4ª rodada, o treinador tem preferido o camisa 9 como titular. No mês de maio, por exemplo, tivemos seis jogos, sendo que em três deles e o Ceará não conseguiu marcar, tendo Nicolas iniciado em cinco partidas e marcado dois gols, exatamente a mesma quantidade de gols que Vitor Gabriel tem na Série B com menos jogos a titular.
O que muda é que na sequencia de três vitórias seguidas no Vozão, o Nicolas esteve presente realizando um papel tático muito importante para o jogo, apoiado com os pontas e meias. Esse tipo de jogo mais inteligente ele sabe fazer muito bem. Porém, Vitor Gabriel tem mais força física e, na minha opinião, consegue recompor melhor, é muito “brigador” e luta muito.
Em termos de oportunidades, tirando essa derrota para o Novorizontino-SP, que foi para esquecer em termos de atuação, o time tem produzido bem mais ofensivamente. O que é fruto da semana de trabalho completa que o Barroca teve antes da vitória sobre o Criciúma-SC.
O que resta saber é o quanto que Vitor Gabriel não treinou bem para não merecer esta titularidade. Nicolas, mais experiente, saiu a frente na questão de fazer aquilo que o Barroca manda e a experiência conta muito aqui.
Tivemos uma situação curiosa no domingo (29). Depois de uma derrota pesada dentro de casa, com mais de 37 mil mulheres, crianças e pessoas com deficiência (PCD’s), houve um desentendimento entre os dois jogadores que não se cumprimentaram na substituição. Como é óbvio, a internet “caiu” com comentários que havia brigas internas e que os jogadores não se entendiam.
O Ceará agiu rápido e realizou um coletiva rápida ambos colocaram um basta na situação e panos quentes na desavença. Se foi combinado ou não, o certo é que os dois atletas precisam realizar o melhor e serem escolhidos por méritos nos treinamentos e naquilo que é o modelo de jogo que o treinador que implementar.
Se os dois colocarem isso na cabeça, quem vence é o Vozão, visto que terão dois atacantes que não estão acomodados e com “faro de gol”, coisa rara nos últimos cinco anos, em que o time criava e não havia ninguém competente para colocar a bola para dentro.
Muita gente me pergunta: quem deveria ser o 9? Eu falo que, tecnicamente, gosto mais do jogo do Vitor Gabriel. Aredito que o futebol de força física dele e a presença de área são coisas que me interessam no atacante. mas, Nicolas foi tirado do Goiás-GO em abril para ser o dono da posição.
Portanto, ele tem uma defasagem de quase quatro meses em relação ao seu concorrente no elenco alvinegro, assim precisando de um maior entrosamento. Gosto muito das opções que ele dá para jogadores como Erick, Chay e Jean Carlos se aproximarem mais da área. Isso aumentou o poderio ofensivo na sequência de jogos fora casa.
Então, qual seria a melhor escolha? O jogador que treinou melhor na semana, juntamente com a característica do adversário que vamos enfrentar. Numa situação mais reativa, prefiro o VG. Já numa situação em que temos que ter mais posse e uma criação de linhas de passe, apostaria na experiência do Nicolas. Não vejo os dois jogando juntos, até porque teríamos um “sacrifício” de alguém.
O futebol é muito dinâmico, cabendo aos atacantes, além de marcar gols, saber defender, saber aproveitar os espaços, puxar a marcação do defensores e, em alguns momentos, até servir os colegas com assistências. O centroavante do Ceará que conseguir fazer isso, para mim, será sempre o meu titular.
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