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OPINIÃO | Reinício de Guto no Ceará não é animador

Guto Ferreira, treinador do Ceará. Próximo jogo do Ceará
Foto: Divulgação / Ceará SC

Muitos torcedores do Ceará, me incluo entre eles, pediram por Guto Ferreira por imaginar que ele continuaria sendo aquele treinador bom no “arroz com feijão” e que tem conhecimento para lidar com um elenco montado para jogar em transição como o nosso. Mas, não é bem isso que vem acontecendo, infelizmente.

Com Guto o Vovô tem mostrado uma consistência defensiva que ainda não havia tido nesta temporada, levando quatro gols em cinco jogos disputados, uma média de 0.8 gol sofrido por jogo.

Com Gustavo Morínigo e Eduardo Barroca essa média era de 1.2,. O seja, 1/3 (um terço) a mais e isso fez muita diferença ao longo do campeonato para que o Alvinegro não alcançasse posições melhores na tabela.

Por outro lado, o ataque piorou um pouco, com média de apenas um gol marcado por jogo na Série B do Campeonato Brasileiro. Antes de Guto retornar, essa média era de 1.14 por partida.

Desempenho do Ceará sob o comando do treinador Guto Ferreira. Crédito: SofaScore

Outro ponto que mudou desde a chegada do treinador foi o desempenho do Vozão em casa. Até aqui foram dois jogos e duas vitórias, contra adversários da parte de cima da tabela, e o melhor, sem sofrer gols.

Porém, fora de casa, todos os jogos foram ruins, sem exceção. Contra o Sport-PE o time não encaixou. Derrota e atuação são compreensíveis em virtude do contexto de uma reestreia, mas diante do Mirassol-SP e do Juventude-RS a postura foi muito comedida, o que causou certo alvoroço nas redes sociais porque a torcida sentiu que dava para ter tido mais fome de vencer nesses jogos.

Guto também vem fazendo algumas escolhas questionáveis na escalação, como a inexplicável entrada de Hygor Cléber nos dois últimos jogos fora de casa como titular, o atacante ex-Criciúma/SC é um dos piores atletas do elenco em termos de desempenho na atual temporada não participando de nenhum gol sequer em 13 partidas, são 472 minutos sem balançar as redes ou dar uma assistência.

Hygor, atacante do Ceará.
Foto: Divulgação / Ceará SC

A MISSÃO DO CEARÁ

A missão do Ceará para esse 2° turno não é fácil, erros individuais como o triste lance do pênalti de Erick Pulga em Nenê não podem mais acontecer para que o acesso ainda esteja ao alcance do alvinegro, não dá mais para fazer testes e qualquer atleta com menos rodagem como Pedrinho, Pedro Lucas e o próprio Pulga, vão ter que suar muito para ter chance de entrar.

O cenário projetado no momento em que escrevo essa coluna é de que 12 vitórias são necessárias para o acesso e isso só será possível com Guto fazendo as melhores escolhas possíveis e mitigando as oscilações que vão ocorrer eventualmente com um ou outro atleta do elenco.

Muito tempo foi perdido com Barroca, mas ainda temos um turno inteiro pela frente e o importante, parece óbvio, mas é estar entre os quatro primeiros na última rodada, com Guto isso parece ser possível, mas o desempenho em campo precisa melhorar e os resultados mais ainda. Ainda há esperança, mas não há mais margem para erros ou testes, é vencer ou vencer.

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