Desde que escrevi a última coluna, disse que o Ceará iria atravessar uma sequência de jogos importantíssimos para o restante da temporada. E o Vozão o fez de forma invicta. No entanto, antes de passar pelos jogos, é importante ressaltar como o extra campo contou bastante nestas últimas semanas.
Logo no dia 8 tivemos a saída de Robinson de Castro e depois veio o adeus de Vina, simbolicamente encerrando um ciclo que foi agridoce, mas que ultimamente causava mais prejuízo do que vantagens para os alvinegros. Com a saída do camisa 29, temos uma folga financeira no nosso orçamento, que já sabemos que vai ser bastante apertado. Com a renúncia de Robinson, vimos a antipatia que a torcida estava tendo com o clube acabar, além de uma subida acentuada do número se sócios. Sócios esses que poderão no futuro votar, graças ao pacto de união que as forças políticas tiveram e que pregam um Ceará mais unido daqui para frente.
Tecnicamente tivemos evolução? Sim! Gustavo Morinigo começou a “colocar o dedo dele” no time, mas desta vez com qualidade (não ao estilo Marquinhos Santos). Foram quatro jogos, sendo três vitórias seguidas, contra adversários mais qualificados do que os times que havíamos enfrentado. Vitória sobre o rival, com um começo arrasador. Começo esse que tem sido um diferencial desse time. Pressão alta nos primeiros minutos e sendo efetivo na hora de finalizar, coisa que não éramos em temporadas anteriores, quando o Ceará criava e não marcava gols. Com o paraguaio no comando, vemos que o que vale é bola na rede, mesmo que não percamos tanto espaço dentro de campo.
Entretanto, nem tudo são flores. Nosso jogo aéreo defensivo ainda não passa completa confiança. A dupla de volantes ainda não tem nome e nas laterais, nosso melhor jogador pela direita é um volante improvisado. Na esquerda, Willian Formiga fez uma grande partida contra o Sport-PE, mas para o restante da temporada, precisamos de mais qualidade ali. David Ricardo tem sido uma grata surpresa, realizando jogos seguros e marcando lá na frente também. A disputa do outro zagueiro será entre Tiago Pagnussat e Luiz Otávio. Ambos já cometeram erros defensivos grotescos nesse início de ano, então espero bem que eles consigam ser uma referência dentro da posição novamente.
Se janeiro foi o mês de Jean Carlos, penso que seja unanime falar que o jogador mais decisivo em fevereiro foi o Erick. O camisa 11 brilhou no Clássico-Rei e jogou muito contra o Sport-PE. A habilidade e o poder de decisão dele têm sido preponderantes para essa subida de confiança do nosso ponta. Quando as coisas dão certo para ele, ele sobe um patamar como jogador. Espero que ele consiga brilhar muito em nosso segundo semestre e repetir as atuações da época de Náutico-PE.
Estamos vivenciando um novo momento do clube, onde peças “velhas” foram embora e novas caras querem se juntar à nossa história centenária. O futebol é muito volátil, mas creio que um mês consistente dá mais tranquilidade para o trabalho e para sequência final desse primeiro semestre, onde os jogos eliminatórios contarão daqui para frente e onde quem tem a cabeça e o nível de confiança no lugar, sai na frente.
Veremos o que nos espera em março. Mas fevereiro já foi superior a janeiro, em todos os aspectos! Finalmente 2022 acabou. Vamos para um novo ano e novas conquistas!
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